EUA

Donald Trump recebe tratamento experimental contra covid-19

Após ter resultado positivo para a covid-19, o presidente americano, Donald Trump, que apresentou sintomas…

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Após ter resultado positivo para a covid-19, o presidente americano, Donald Trump, que apresentou sintomas leves da doença, começou um tratamento com um coquetel sintético de anticorpos produzidos pela farmacêutica Regeneron, além de receber doses de zinco, vitamina D, famotidina, melatonina e aspirina.

Segundo Margareth Dalcolmo, pneumologista da Fiocruz, esse tipo de tratamento não faz parte dos protocolos validados para tratar a Covid-19. A especialista ressalta que a recomendação para casos como o de Trump é o uso de anticoagulantes, já que o coronavírus aumenta as chances de trombose.

— A recomendação num caso de moderada gravidade em um homem de 74 anos seria controlar as comorbidades dele, se houver, fazer uso de anticoagulantes e tratar as complicações que houver da doença. Essa foi uma medida, digamos assim, profilática e que, na verdade, não é um tratamento — explica Dalcolmo, que acrescenta que também é importante fazer o acompanhamento do quadro clínico do paciente.

Por causa da idade de Trump, ele faz parte do grupo de risco da doença e, por isso, deve receber acompanhamento médico. Apesar de ser um homem alto, de 1,91m, o presidente americano pesa cerca de 110 kg, o que também pode ser considerado um fator de risco.

O uso de coquetéis de anticorpos para tratar infecções pelo novo coronavírus é experimental, conforme explica o professor e pesquisador Alessandro Farias, coordenador da Frente de Diagnóstico da Força-Tarefa da Unicamp contra a Covid-19. Apesar de sua eficácia ainda não ser comprovada, resultados preliminares sugeriram um resultado satisfatório quando usado logo no início da doença em pacientes que apresentavam um quadro moderado.

— Esse tipo de coquetel usa vários anticorpos diferentes e que tem especificidades diferentes. Então, eles vão grudar em pedaços diferentes da proteína do vírus. Não é um tratamento de praxe, mas, nesse caso, foi o que chamam nos Estados Unidos de “uso de compaixão”: não sabem o que fazer, aí usam algo experimental — afirma Farias.

Ele pontua ainda que a dose usada por Trump, os 8 gramas de coquetel, é a maior já testada até agora. No comunicado da Casa Branca, o médico do presidente, Sean Conley, informou que ele respondeu bem à droga.

A prefeitura do Rio de Janeiro chegou a dizer, em agosto, que iria testar esse tratamento na cidade. No entanto, ele não passou por todas as fases de testes clínicos e ainda não tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).