CONTROVERSO

Ernesto Araújo repudia invasão ao Congresso dos EUA, mas defende questionamento do resultado das eleições

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, repudiou nesta quinta-feira a invasão do Capitólio, sede…

Ernesto Araújo repudia invasão ao Congresso dos EUA, mas defende questionamento do resultado das eleições
Ernesto Araújo repudia invasão ao Congresso dos EUA, mas defende questionamento do resultado das eleições

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, repudiou nesta quinta-feira a invasão do Capitólio, sede do Legislativo dos Estados Unidos, realizada na quarta-feira por apoiadores do presidente Donald Trump que não aceitam sua derrota nas eleições. Ao mesmo tempo, Araújo disse que questionamentos de processos eleitorais são legítimos e que não se pode chamar de “fascistas” os “cidadãos de bem” que se manifestam contra o “sistema político”.

“Nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem. Mas ao mesmo tempo nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam”, escreveu o ministro em uma série de mensagens publicadas em sua conta no Twitter.

Primeiro, Araújo afirmou que é preciso “lamentar e condenar a invasão da sede do Congresso”. Ele defendeu a invesigação sobre eventual “participação de elementos infiltrados na invasão” e sobre a morte de quatro pessoas.

Em seguida, no entanto, o ministro afirma que é preciso reconher que “grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”, acrescentando que “duvidar da idoneidade” não é a mesma coisa que rejeitar a democracia. Os apoiadores de Trump que invadiram o Capitólio não aceitam a derrota do atual presidente para Joe Biden nas últimas eleições.

Além disso, afirmou que “há que parar de chamar ‘fascistas’ a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições”. Para Araújo, “deslegitimar o povo na rua e nas redes só serve para manter estruturas de poder não democráticas e seus circuitos de interesse”.

O ministro reclamou do fato de que, segundo ele, críticas a autoridades do Executivo são consideradas normais, enquanto críticas a integrantes do Legislativo ou Judiciário são vistas “como atentado contra a democracia”.

O ministro encerra seu texto ddefendendo que “os fatos de ontem em Washington não sirvam de pretexto, nos EUA ou em qualquer país, para colocar qualquer instituição acima do escrutínio popular”. A manifestação ocorre após autoridades brasileiras alertarem para os riscos da mesma situação se repetir aqui.