Ofensiva

EUA lançam ataques aéreos contra Estado Islâmico na Líbia

Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos múltiplos contra militantes do Estado Islâmico na Líbia nesta…

Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos múltiplos contra militantes do Estado Islâmico na Líbia nesta quarta-feira. Com isso, os EUA abrem uma frente nova, mais persistente, contra o grupo extremista, a pedido do governo apoiado pela Organização das Nações Unidas, segundo autoridades líbias e norte-americanas.

O diretor do conselho presidencial apoiado pela ONU, Fayez Sarraj, disse em declaração televisionada que aviões norte-americanos atacaram Sirte, cidade controlada pelo Estado Islâmico, no norte líbio. Nenhuma força em terra dos EUA será enviada à área, segundo Sarraj.

Os ataques tiveram como alvo tanques e outros veículos do Estado Islâmico e são realizados em meio a crescentes preocupações sobre a crescente ameaça do grupo para a Europa e sua capacidade de inspirar ataques. Sarraj disse que o conselho presidencial fez um pedido por ataques aéreos específicos dos EUA. “Os primeiros ataques começaram hoje em posições em Sirte e causaram muitas mortes”, disse ele, sem dar números específicos.

Os ataques marcam o início de um papel mais intenso dos EUA na luta contra o Estado Islâmico na Líbia, bem como de medidas dos EUA para auxiliar o frágil governo do país. Estes são os primeiros ataques dos EUA contra o Estado Islâmico na Líbia desde fevereiro.

Porta-voz do Pentágono, Peter Cook disse que o presidente Barack Obama autorizou os ataques, após receber recomendação do secretário de Defesa, Ash Carter, e do general Joseph Dunford. Segundo Cook, mais ataques devem ocorrer contra alvos do grupo em Sirte.

Autoridades dos EUA estimaram neste ano que havia até 6 mil insurgentes do Estado Islâmico na Líbia, entre eles alguns que abandonaram a Síria. Nos últimos meses, porém, o número deles diminuiu e o grupo se enfraquece, sob pressão de milícias locais e do governo apoiado pela ONU.

Na semana passada, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que os combatentes do Estado Islâmico na Líbia enfrentam a “possibilidade direta” de derrota em seu último bastião.

O general Dunford estimou em meados de julho que havia apenas algumas centenas de militantes ainda dentro de Sirte, que o grupo usava como quartel-general.

A Líbia sofre com um quadro caótico após a deposição e morte do ditador Muamar Kadafi em 2011. O vácuo de poder levou à criação de várias milícias e militantes, entre eles o Estado Islâmico e rebeldes ligados à rede Al-Qaeda.

Desde 2014, a Líbia está dividida entre governos rivais, no leste e oeste do país, cada um apoiado por diferentes milícias e tribos. A ONU impulsionou um acordo em dezembro para buscar a criação de um governo de união, mas o pacto prevê dois anos de um período de transição, para depois se votar uma proposta de Constituição e se realizar eleições presidenciais e parlamentares.

As milícias pró-governo, sobretudo da cidade de Misurata, têm lançado uma ofensiva contra o Estado Islâmico em Sirte desde maio.