Islândia se prepara para erupção de vulcão que estava inativo há 800 anos
Moradores da cidade de Grindavík foram evacuados do local
Após cerca de 900 tremores de terra serem registrados desde segunda-feira (13), a Islândia se prepara para uma grande erupção vulcânica. No último fim de semana, 3.800 moradores do país nórdico insular foram retirados da cidade de Grindavik, a mais ameaçada pelo magma. Alguns moradores puderam voltar rapidamente à Grindavik ainda na segunda-feira para recuperar pertences e constataram os danos causados pela atividade sísmica, que pode ser o prenúncio de uma erupção vulcânica. Abrigos e centros de ajuda foram abertos em várias cidades. Especialistas afirmam que uma cidade islandesa com cerca de 4 mil habitantes, perto da capital Reykjavik, corre o risco de ser seriamente danificada pelo vulcão que deve entrar em erupção dentro de horas ou dias.
O cientista francês especializado em vulcões, Jacques-Marie Bardint Zeff, explicou que a situação na Islândia tem piorado nos últimos anos. Uma região chamada península de Reykjanes, ao sudoeste de Reykjavik, estava adormecida por 800 anos, mas desde 2021 voltou a ficar ativa. Em três anos, tivemos três erupções nessa área desabitada. A erupção atual é mais complicada, com o magma se espalhando mais e em maior profundidade.
As três erupções anteriores ocorreram perto do vulcão Fagradalsfjall, na península de Reykjanes, em março de 2021, agosto de 2022 e julho de 2023. Essas erupções aconteceram longe de lugares habitados.
O cientista destaca que, devido à duração e intensidade, a lava expelida pode percorrer muitos quilômetros. Ele acredita que Reykjavik, a capital, não será diretamente afetada, mas se a erupção for submarina e houver explosões, gases e cinzas podem ser levados pelo vento, afetando parte da Islândia. Zeff enfatiza que o impacto principal será ecológico, afetando animais, plantas e o mar, especialmente se a erupção for submarina.