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Mulher troca ChatGPT por homem real que conheceu em grupo de pessoas que namoram IAs

Antes do relacionamento, ela chegou a passar 56 horas por semana conversando com o chatbot

Americana mulher troca ChatGPT por homem real que conheceu em grupo de pessoas que namoram IAs relacionamento virtual
Imagem: FreePik

Uma americana que mantinha um relacionamento afetivo com um chatbot criado no ChatGPT decidiu encerrar a relação virtual e engatar um romance com um homem real, conhecido em um grupo online formado por pessoas que namoram inteligências artificiais.

A história veio à tona após a própria usuária, identificada como Ayrin, relatar sua experiência em comunidades do Reddit. Em 2024, ela criou um chatbot personalizado no ChatGPT, com quem passou a conversar diariamente, usando a ferramenta tanto para apoio emocional quanto para estudos e rotina pessoal.

O envolvimento foi tão intenso que Ayrin chegou a criar a comunidade MyBoyfriendIsAI, que hoje reúne dezenas de milhares de pessoas interessadas em relacionamentos com parceiros virtuais. No grupo, usuários compartilham relatos sobre vínculos afetivos com inteligências artificiais e trocam dicas de personalização dos chatbots.

Com o crescimento da comunidade, Ayrin passou a se aproximar mais dos membros humanos do grupo. Foi nesse ambiente que ela conheceu SJ, um homem que também mantinha uma relação com uma IA. A convivência virtual entre os dois se intensificou, com conversas diárias por chamadas de vídeo e áudio.

Com o tempo, Ayrin afirmou ter perdido o interesse pelo chatbot, especialmente após mudanças no funcionamento do ChatGPT que, segundo ela, tornaram as respostas mais previsíveis e excessivamente complacentes. A relação com a IA foi sendo deixada de lado até ser encerrada.

Em março deste ano, Ayrin cancelou a assinatura paga do ChatGPT e assumiu o relacionamento com SJ. Os dois chegaram a se encontrar pessoalmente em viagens organizadas com integrantes da comunidade online.

O caso reacendeu debates nas redes sociais sobre relacionamentos com inteligência artificial, limites emocionais da tecnologia e o impacto dessas interações na vida real. A OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, tem discutido novas regras para uso da ferramenta em interações mais sensíveis entre usuários adultos.