será mesmo?

Novo estudo de cientista da Nasa reacende mistério sobre Estrela de Belém; veja

Objeto é citado na Biblía como guia dos três reis magos até o local de nascimento de Jesus

Novo estudo de cientista da Nasa rfaz revelação sobre Estrela de Belém; veja citado na Biblía como guia dos três reis magos até Jesus
Imagem: Reprodução/ChatGPT

Um novo estudo de um cientista da Nasa voltou a colocar em debate um dos maiores enigmas do cristianismo e da astronomia: o que teria sido, afinal, a Estrela de Belém. A pesquisa reacende o mistério ao propor uma explicação inédita para o fenômeno descrito na Bíblia e que, segundo o relato bíblico, teria guiado os três reis magos até o local do nascimento de Jesus.

“Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”, diz o Evangelho de Mateus (2:2). De acordo com o texto sagrado, a Estrela de Belém teria conduzido os magos até Jesus de Nazaré e, em um momento específico, permanecido aparentemente imóvel sobre o local onde o menino estava. O trecho afirma ainda: “E eis que a estrela que tinham visto no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino”.

Por décadas, astrônomos, historiadores e teólogos tentam encontrar uma explicação científica para o fenômeno. Embora o texto bíblico use o termo grego “astera”, traduzido como estrela, a hipótese mais aceita até hoje aponta para uma conjunção planetária entre Júpiter e Saturno, evento astronômico raro que poderia ter sido interpretado como um sinal extraordinário no céu.

O debate ganhou força novamente após uma pesquisa conduzida por Mark Matney, cientista planetário da Nasa, que sugere uma alternativa diferente: a estrela mencionada no Evangelho pode ter sido, na verdade, um cometa originário da Nuvem de Oort, região localizada nas fronteiras do Sistema Solar. A ideia foi apresentada em um artigo publicado em 3 de dezembro no Journal of the British Astronomical Association.

Segundo Matney, esse seria o primeiro candidato astronômico identificado que poderia corresponder com mais precisão à descrição bíblica. “Esse é o primeiro candidato já identificado que poderia ter tido um movimento aparente compatível com o relato de Mateus, no qual a estrela ‘guiou’ os magos até Belém e depois ‘parou’ sobre o local onde estava o Menino Jesus”, explicou o pesquisador.

A hipótese se baseia em registros históricos chineses que relatam o avistamento de um cometa por volta de 5 a.C.. De acordo com o cientista, se esse objeto tivesse passado extremamente próximo da Terra — a uma distância comparável à da Lua —, poderia ter criado a ilusão de estar parado no céu por algumas horas. “Se um objeto interplanetário passasse perto da Terra na velocidade, direção e posição certas, seu movimento poderia coincidir temporariamente com a rotação do planeta, dando a impressão de imobilidade”, detalha Matney.

Apesar da explicação intrigante, há ressalvas. Os próprios registros chineses indicam que o cometa permaneceu visível na mesma constelação por cerca de 70 dias, algo incomum para cometas desse tipo. Para o astrofísico Ralph Neuhäuser, da Universidade Friedrich Schiller de Jena, na Alemanha, documentos tão antigos costumam ser imprecisos. “Em geral, quanto mais antigo o registro, menos informações confiáveis são preservadas”, pondera.

O próprio pesquisador da Nasa reconhece as limitações do estudo e afirma que seriam necessárias mais fontes históricas e astronômicas para confirmar a hipótese. Ainda assim, especialistas avaliam que a pesquisa tem mérito. Para Frederick Walter, astrônomo da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, o trabalho não encerra o debate, mas contribui de forma relevante. “Tenho certeza de que este artigo não será a palavra final sobre a Estrela de Belém, mas parece ser uma contribuição valiosa para a chamada astronomia forense”, afirmou.