Vaticano

Papa Francisco nomeia 21 cardeais, incluindo religiosos de países de minoria católica

Malásia, Hong Kong e Sudão do Sul fazem parte da lista; grupo participa do processo de escolha de líder da Igreja Católica

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Papa Francisco lançou um álbum de rock progressivo há dez anos (Foto: Divulgação)

O papa Francisco anunciou neste domingo (9) que vai nomear 21 cardeais, religiosos que fazem parte do grupo que participa do processo de escolha de seu sucessor na Igreja Católica em caso de morte ou renúncia.

A cerimônia que oficializa a posse, conhecida como consistório, será realizada no dia 30 de setembro, de acordo com discurso de Francisco durante sua oração do meio-dia para na praça São Pedro, no Vaticano. O papa tem 86 anos.

Os novos cardeais vêm de países como Estados Unidos, Itália, Argentina, África do Sul, Espanha, Colômbia, Polônia, Tanzânia, Portugal, Sudão do Sul, Malásia e Hong Kong —nos três últimos, os católicos são minorias religiosas. Francisco visitou o Sudão do Sul neste ano, durante um giro por países africanos.

No ano passado, dois brasileiros foram escolhidos cardeais entre uma lista de 21 religiosos: o catarinense Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e o fluminense Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.

Dezoito dos clérigos têm menos de 80 anos e poderão participar do conclave, processo em que um novo papa é escolhido. Os outros três, com mais de 80 anos e sem direito a voto, foram nomeados como retribuição ao seu serviço à Igreja.

Todos os cardeais, independentemente da idade, têm permissão para participar de reuniões pré-conclave conhecidas como Congregações Gerais, que tratam sobre o perfil do novo líder religioso a ser escolhido.

Três entre os novos cardeais foram recentemente nomeados como chefes de departamentos importantes do Vaticano, a exemplo do arcebispo argentino Victor Manuel Fernández, então arcebispo da cidade argentina de La Plata.

Amigo de Francisco e ghost-writer de vários documentos assinados por ele, Fernández se tornou novo prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, no último dia 1º.

Hoje chamada de Dicastério para a Doutrina da Fé, o mais antigo dos 16 organismos do tipo que formam a cúpula do Vaticano, a instituição é a sucessora do Tribunal da Inquisição ou Santo Ofício, que perseguia e muitas vezes condenava à morte aqueles considerados hereges e que durou até o século 19. Por 23 anos, um cardeal que viria a ser papa, o alemão Joseph Ratzinger, depois Bento 16, chefiou o órgão.

Outra nomeação foi a do bispo Stephen Chow Sau-Yan de Hong Kong. Chow é um dos principais elos da Igreja Católica com a China, onde o Vaticano procura ter maior presença.

No ano passado, Joseph Zen, um cardeal crítico ao regime chinês chegou a ser preso em Hong Kong e liberado depois de ser interrogado por horas.