ENTENDA

Policial suspensa por gravar vídeos adultos explica motivo e faturamento de milhões

Agente afirma que enfrentava dificuldades financeiras

Policial suspensa por gravar vídeos adultos explica motivo e faturamento de milhões
Nicole V (Foto: Reprodução/Lá Nacion)

A policial da Cidade de Buenos Aires afastada por gravar vídeos eróticos usando o uniforme afirmou que buscou o conteúdo como alternativa de renda. Nicole V. declarou, nesta segunda-feira (24), que estava em licença médica para tratamento de violência doméstica e recebia menos da metade do salário, o que a levou a procurar “outra” fonte de sustento.

“Eu estava em licença médica para tratamento prolongado devido a um envenenamento que sofri em decorrência de violência de gênero por parte do meu ex-parceiro. Isso aconteceu em junho. Com esse tipo de licença da Polícia Municipal, recebemos menos da metade do salário. Sou mãe de uma menina pequena, sustento minha família e quase fui obrigada a procurar outro emprego”, disse no programa Tarde o Temprano, da emissora El Trece. A policial afirmou ainda que faz tratamento neurológico para epilepsia.

Segundo Nicole, o envenenamento ocorreu durante a separação. Ela relatou que foi à casa do ex-companheiro buscar pertences quando bebeu água de uma garrafa com droga misturada. “Fui hospitalizada; tive três paradas cardíacas. Está tudo registrado no meu prontuário médico. Hoje me sinto muito melhor”, contou.

A agente pediu desculpas pela repercussão do caso e disse que não pretendia prejudicar a imagem da Polícia Municipal. Nicole segue afastada enquanto responde a um inquérito administrativo. “Sempre cumpri meus deveres; nunca houve uma reclamação. Isso aconteceu recentemente e eu não imaginava que chegaria a esse ponto”, declarou.

Em outra entrevista ao programa Telenoche, também do canal El Trece, justificou novamente a decisão e afirmou que chegou a faturar 6 milhões de pesos em um mês no OnlyFans. Segundo ela, o salário na corporação era de cerca de 600 mil pesos.

Vídeos publicados no TikTok, X e OnlyFans mostram a policial usando o uniforme da Polícia da Cidade em diferentes cenas, o que levou à suspensão e desencadeou a repercussão pública. Relatórios internos apontam que a conduta “afeta significativamente o prestígio da instituição” e representa “uso indevido de uniforme e equipamento policial”.

De acordo com o La Nación, Nicole integrava a corporação havia três anos e três meses no período das gravações. O caso também gerou uma denúncia encaminhada ao Tribunal Federal pelo advogado Rodrigo Tripolone, que pediu investigação sobre possível tráfico de pessoas ou aliciamento. Ele afirmou ter identificado perfis em redes sociais que divulgam conteúdo erótico e que, em alguns casos, aparecem produzidos por diversas jovens, entre elas uma mulher que se apresenta como “Policial Nicole”.