DECISÃO EM BREVE

Portugal vetará entrada de brasileiros se Europa recomendar, diz governo

UE anunciou que irá proibir a entrada de pessoas que vivem em locais onde a pandemia não está sob controle, mas ainda não divulgou lista de países

Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa durante Reunião de trabalho, em seguida declaração a imprensa (Valter Campanato/Agência Brasil)

No dia em que a Europa reabriu a maioria das suas fronteiras internas, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa (Partido Socialista), anunciou que o país poderá vetar a entrada de brasileiros para cumprir uma possível determinação da Agência de Prevenção de Doenças da União Europeia.

Em entrevista a jornalistas estrangeiros em Lisboa, Costa declarou que seguirá a decisão da Comissão Europeia que, na última quinta, recomendou a abertura das fronteiras externas do bloco no dia 1o de julho, de modo “gradual e parcial”. O bloco, contudo, aconselhou explicitamente que restrições permaneçam em vigor para viajantes de países em situação epidemiológica mais grave que a europeia.

A lista de países que serão vetados ainda não foi divulgada, mas hoje Portugal é o único que continua a aceitar viajantes brasileiros, incluindo parentes de residentes no país.

— A partir do momento que houver sinalização por parte da Agência Europeia de Prevenção da Doença, nós cumpriremos as regras. Até agora temos mantido exceções. Mantivemos voos de e para o Brasil. A frequência tem sido baixa e 11 pessoas entre 8.767 pessoas que vieram do Brasil foram dadas como infectadas — disse Costa.

A União Europeia fechou suas fronteiras para não residentes no dia 17 de março, pela primeira vez na história, buscando conter os efeitos na pandemia de Covid-19, que na época tinha o continente como epicentro. Viagens internas “não essenciais” também foram proibidas, após vários países tomarem medidas independentes neste sentido.

Com o controle da pandemia em seu território, no entanto, o bloco vem retomando gradualmente suas atividades econômicas. Praticamente paralisadas desde o início de março, companhias aéreas e empresas de turismo pressionavam para uma reabertura das fronteiras internas, buscando recuperar parte de suas perdas na alta temporada do verão, que começa em menos de uma semana.