Promotor é assassinado a tiros à luz do dia no Equador
Édgar Escobar, baleado em frente ao prédio do Ministério Público em Guayaquil, é o terceiro promotor morto no país neste ano

O promotor Édgar Escobar foi assassinado, na manhã desta segunda-feira, em frente ao prédio do Ministério Público de Guayaquil, maior cidade do Equador. Segundo testemunhas, ele estava engraxando os sapatos quando foi alvejado pelos criminosos. Escobar tentou correr, mas não conseguiu escapar dos tiros.
Dois suspeitos foram detidos pela polícia enquanto tentavam fugir, a poucos quarteirões da cena do crime. Uma moto e uma arma de fogo foram apreendidas com eles. Até o momento, as autoridades sabem que têm 16 e 19 anos. A motivação do crime ainda está sendo investigada.
Testemunhas dizem ter ouvido diversos disparos no local, que está isolado para perícia. Ao menos sete balas de calibre 9 milímetros foram encontradas. A polícia procura pelas câmeras de segurança nos prédios nos arredores.
Desde o início do ano, o promotor integrava a unidade do Ministério Público responsável por investigar crimes contra a vida. Ao longo da carreira, Édgar Escobar esteve à frente de diversos casos que chocaram o país, incluindo o assassinato do jornalista Fausto Valdivieso, em 2013.
Entre os casos mais marcantes, o promotor levou à condenação oito membros de uma organização criminosa que enviava remessas de drogas para o exterior. Mais de 200 pacotes com drogas foram apreendidos na operação.
Escobar também esteve à frente do processo que levou à condenação de dois detentos envolvidos em um dos massacres ocorridos no ano passado na Complexo Penitenciário do Litoral, perto de Guayaquil, que deixaram dezenas de mortos.
Um dos casos recentes do procurador que ganhou mais notoriedade foi a prisão de um homem pela participação no assassinato de Jaime Villagómez, dentro de um restaurante, em maio. O momento do crime foi filmado por testemunhas e as imagens chocaram o país.
A procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, manifestou-se, em seu perfil no Twitter, sobre o atentado contra Escobar — o terceiro contra um promotor de Justiça este ano.
— Estou profundamente indignada com mais um assassinato de um colega promotor, o terceiro até agora este ano. As ações dos criminosos não vão parar o trabalho do Ministério Público no combate à criminalidade em nosso país. Exigimos garantias e segurança para realizar nosso trabalho — escreveu.
Édgar Escobar tinha 43 anos e era casado com a juíza Ana Veintimilla Galarza. A Associação de Magistrados e Juízes do Equador manifestou suas condolências à juíza, viúva do promotor.
Colegas de Escobar e entidades do mundo jurídico e político manifestaram suas condolências e repúdio ao crime.