Oriente Médio

Trump diz que vai assumir Gaza e que palestinos deviam ir para outros países

"Todos com quem conversei adoram a ideia de os Estados Unidos possuírem aquele pedaço de terra", disse presidente dos EUA

Trump e Netanyahu: após encontro, declarações sobre Gaza (Foto: Reprodução)
Trump e Netanyahu: após encontro, declarações sobre Gaza (Foto: Reprodução)

Em entrevista coletiva na última terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que vai assumir o comando da Faixa de Gaza. Trump deu a declaração ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

“Todos com quem conversei adoram a ideia de os Estados Unidos possuírem aquele pedaço de terra”, afirmou Trump. “Eu vejo uma posição de propriedade de longo prazo”.

O presidente dos Estados Unidos disse que o governo dele vai reconstruir a região, que é palco de conflitos de Israel com o Hamas. “Faremos um grande trabalho nela. Vamos assumir e desmantelar todas as bombas perigosas não detonadas e outras armas no local”, afirmou.

Trump disse ainda que outros países poderiam receber os palestinos que estão em Gaza. “Ela tem sido símbolo de morte e destruição por décadas, tão ruim para população que vive ali. Muita falta de sorte naquele lugar. Não deveria ocorrer um processo de reconstrução pelas mesmas pessoas que estão lá. Em vez disso, deveriam ir para outros países com interesse em questões humanitárias”, emendou.

Reações negativas

Diversas autoridades rejeitaram a proposta do presidente dos Estados Unidos de retirar os palestinos da Faixa de Gaza e ocupar o território. França, Espanha e Arábia Saudita estão entre os países que rejeitaram a fala. Veja abaixo algumas reações.

“A França reitera sua oposição a qualquer deslocamento forçado da população palestina de Gaza, o que constituiria uma séria violação do direito internacional, um ataque às legítimas aspirações dos palestinos, mas também um grande obstáculo para a solução de dois Estados e um fator de desestabilização para nossos parceiros próximos, Egito e Jordânia, bem como para toda a região”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Christophe Lemoine.

“[A expulsão] levaria a novos sofrimentos e novos ódios. (…) Não pode haver solução passando por cima dos palestinos”, afirmou Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha.

“Sempre fomos claros em nossa crença de que devemos buscar dois Estados. Devemos ver os palestinos capazes de viver e prosperar em suas terras, em Gaza, na Cisjordânia”, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido.