ENTREVISTA

Adriana Accorsi oficializa pré-candidatura em Goiânia e fala em ajudar eleger de cinco a seis vereadores

Em entrevista ao Mais Goiás, deputada federal também destacou que não vê dificuldades em composição com partidos da base caiadista: "relação é republicana"

PT formalizou pré-candidatura de Adriana Accorsi (Foto: Divulgação)

Sob batuque e uma roda de samba improvisada, militantes do Partido dos Trabalhadores consolidaram o nome da deputada federal Adriana Accorsi para a pré-candidatura do partido ao Paço Municipal nas eleições de 2024. No palco, o chefe de gabinete da secretária-executiva do Ministério das Relações Institucionais, Sérgio Dias puxava o coro: “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé, manda esse Rogério embora. Basta acreditar que um novo dia vai raiar, Adriana vai chegar”, disparava.

O evento na manhã deste sábado (28/10) reuniu dezenas de militantes na porta da sede municipal do PT em Goiânia. Ao Mais Goiás, Adriana concedeu entrevista assim que chegou ao evento e revelou metas audaciosas para o pleito: quer ajudar a eleger entre cinco e seis vereadores na capital, além de ajudar o PT e a Federação Brasil da Esperança a formar boas chapas de parlamentares progressistas na maioria das cidades goianas. Foi a primeira vez que falou como pré-candidata ao pleito em 2024.

Sob a tese de formar uma frente-ampla em uma aliança com outros partidos para além da esquerda, Adriana disse que não vê dificuldade sequer em dialogar com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que destacou ter uma ‘relação republicana’ com o governo Lula e chegou a comentar inclusive, a relação que o chefe do executivo estadual tem com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “É uma postura dele e um direito dele dentro da democracia. Da mesma forma que muitos partidos estão com ele aqui e fazem parte da nossa base em Brasília, pode acontecer em Goiânia. Cada eleição é uma eleição”, salienta.

Leia a entrevista na íntegra com a deputada federal Adriana Accorsi, pré-candidata a Prefeitura de Goiânia:

Domingos Ketelbey: A partir deste evento, a senhora vai começar a trabalhar como pré-candidata a prefeita de Goiânia?

Adriana Accorsi: É a decisão do nosso partido. A partir de agora vamos buscar a construção de uma frente ampla democrática para cuidar de Goiânia sob inspiração do presidente Lula. Da mesma forma como ele fez em Brasília, vamos fazer em Goiânia. Queremos uma frente ampla não só para vencer as eleições, mas para governar e cuidar de Goiânia.

Quais os partidos que a senhora vai buscar para formar essa frente ampla?

Adriana Accorsi: Todos os partidos são bem vindos para dialogo. Teremos espaços para conversar com todas as forças políticas e setores da sociedade. Quase todos os partidos estão fazendo parte da nossa gestão em Brasília e poderão se for o caso, principalmente se convergimos nas pautas democracias, sociais e humanitárias, poderemos estar juntos em Goiânia.

Boa parte dos partidos que estão na base do presidente Lula também estão com o governador Ronaldo Caiado. O PSD está na base de Lula e também na do governador e trabalha o nome do senador Vanderlan Cardoso para a disputa. A formação dessa frente ampla não fica reduzida diante deste cenário?

Adriana Accorsi: As pré-candidaturas de todos os partidos são legítimas. Goiânia sempre tem várias. É natural isso. Para nós, não há qualquer dificuldade, temos uma relação extremamente republicana com o governador Ronaldo Caiado, tanto que todos os benefícios do governo que vão para estados onde os governos fazem parte da base, da mesma forma vem para cá, como o caso do PAC a nosso pedido, mas sobretudo por conta da relação republicana no governo Lula. Claro que pensar em candidaturas é normal e isso vai se afunilar nos próximos meses.

Ontem o governador Ronaldo Caiado estava com o ex-presidente Jair Bolsonaro mostrando um alinhamento político muito próximo. Isso não pode atrapalhar qualquer conversa?

Adriana Accorsi: É uma postura dele e um direito dele dentro da democracia. Da mesma forma que muitos partidos estão com ele aqui e fazem parte da nossa base em Brasília, pode acontecer em Goiânia. Cada eleição é uma eleição.

Quais serão as agendas da pré-candidata Adriana Accorsi a parti de agora?

Adriana Accorsi: Vários atos concomitantes. Ao mesmo tempo em que iniciamos os diálogos com as comunidades, setores da sociedade, pessoas que estudam as várias áreas afins do município. Principalmente com ajuda da academia, queremos toda a academia participando do nosso plano de governo. O professor Edward Madureira que coordenará esse processo. Ao mesmo tempo, estaremos conversando com outros partidos.

Edward Madureira então vai coordenar seu plano de governo?

Adriana Accorsi: Com certeza ele vai colaborar. A minha vontade é que ele seja o coordenador.

E que papel Mauro Rubem que até semana passada era pré-candidato terá na sua campanha?

Adriana Accorsi: Mauro Rubem conhece Goiânia como poucos. Foi um vereador muito atuante, com certeza fará parte da coordenação da campanha.

Dentro da federação, PCdoB e PV também mantêm pré-candidaturas. Vai trabalhar em torno da unificação?

Adriana Accorsi: Os diálogos estão bastante avançados. Acredito que nos próximos dias vamos nos unificar como federação. Os diálogos acontecem aqui e a nível nacional. Acredito que não só a federação mas outros partidos vão compor com a gente.

Como ficará a construção das chapas de vereadores e vereadoras. Vai ajudar nesse sentido?

Adriana Accorsi: Esse é o nosso objetivo. Não é só eleição de prefeitos e prefeitas. É imprescindível e a gente vê no Congresso Nacional o que acontece, que o sistema legislativo esteja junto com o Executivo para que as políticas públicas acontecerem. Estou percorrendo todo estado de Goiás apoiando a formação de chapas para que possamos eleger muitos vereadores e vereadoras. A nossa chapa está muito forte e vamos trabalhar para ter a maior bancada do PT da história de Goiânia. 

E a sua expectativa? Dá para eleger quantos vereadores e vereadoras em Goiânia?

Adriana Accorsi: Acredito que dá para eleger cinco ou seis vereadoras. Com certeza é uma projeção audaciosa, mas precisamos ter otimismo e esperança.