'CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO'

Anápolis: casal de pastores é condenado a mais de 10 anos por tortura em clínicas clandestinas

Situação nos locais era tão degradante que o delegado que conduziu as investigações comparou os espaços com “centros de concentração”

Pastor suspeito de manter clínica clandestina em Anápolis se entrega, mas fica em silêncio
Pastor suspeito de manter clínica clandestina em Anápolis se entrega, mas fica em silêncio

Presos desde setembro do ano passado, os pastores Ângelo Klaus e Suelen Klaus foram condenados a mais de dez anos de prisão pelos crimes de tortura e cárcere privado, após terem duas clínicas de reabilitação fechadas, em Anápolis. A situação nos locais era tão degradante que o delegado que conduziu as investigações comparou os espaços com “centros de concentração”.

A sentença foi proferida no último dia 15 de maio e o casal, inicialmente, deve cumprir a pena em regime fechado. Outras cinco pessoas, que atuavam como comparsas da dupla, também foram condenadas a penas que variam entre 2 a 3 anos de prisão. As investigações tiveram inicio quando um senhor de 96 anos conseguiu fugir do local.

Ao todo, 93 pessoas foram encontradas em duas clínicas clandestinas. Na primeira, tinham 50 com idades entre 14 e 96 anos, e foram resgatadas com graves ferimentos e em estado de desnutrição. Como mencionado, o delegado classificou o local como “campo de concentração”.

Segundo a Polícia Civil, as vítimas estavam em cárcere privado e tortura. Os pacientes eram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram trancados mediante pagamento de, no mínimo, 1 salário mensal. Entre os pacientes estavam pessoas com deficiência intelectual e física, além de dependentes químicos.