Bolsonaro diz que é ‘pai do PIX’ e ‘pede’ passaporte para negociar tarifaço com Trump
“Acho que teria sucesso numa audiência com o presidente Trump. Estou à disposição. Se me derem um passaporte, eu negocio"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, durante visita ao Senado, nesta quinta-feira (17), que criou o PIX e se ofereceu para negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os EUA abriram uma investigação comercial contra o Brasil devido ao impacto financeiro que o sistema de pagamento teria causado aos bancos.
“O PIX tem nome: Jair Bolsonaro. Antes do PIX, você usava cartão. Os bancos perderam comigo, com PIX, TED e DOC, mais de R$ 20 bilhões. E eu não taxei o PIX”, afirmou Bolsonaro a jornalistas no Senado e se colocou à disposição para mediar uma negociação com Trump contra o tarifaço de 50% nos produtos brasileiros.
O PIX, na verdade, começou o desenvolvimento no governo de Michel Temer (MDB), sob coordenação do Banco Central (BC), em 2018. Apesar do sistema de pagamento ter sido lançado em 2020, a concepção dele já existia antes da posse do ex-presidente.
Mas de volta a Bolsonaro, ele disse que poderia evitar o tarifaço, caso recebesse “um passaporte” – a Polícia Federal (PF) apreendeu o dele em fevereiro deste ano no âmbito da investigação da trama golpista. “Acho que teria sucesso numa audiência com o presidente Trump. Estou à disposição. Se me derem um passaporte, eu negocio.”
Ele também afirmou que o filho, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, é “mais útil lá do que aqui”. “Ele tem portas abertas no governo Trump, conhece dezenas de parlamentares e está trabalhando pela nossa liberdade”, diz o ex-presidente.
Bolsonaro faz movimentações nos Estados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da trama golpista, caso em que o ex-presidente é réu e teve pedido de condenação pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Sobre Trump, ele publicou carta, na última semana, em que anunciava o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros e exigia o fim da suposta perseguição ao Bolsonaro. O governo brasileiro entende que a demanda é uma tentativa de interferência à soberania do Brasil.
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