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Bolsonaro muda discurso e diz a apoiadores que pode tomar vacina

Bolsonaro já foi diagnosticado com a doença em julho do ano passado, mas cientistas ainda não sabem dizer por quanto tempo as pessoas ficam protegidas de se infectar novamente

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Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o seu discurso e admitiu em conversa com apoiadores, em Brasília, na noite de sexta-feira (5), que pode tomar a vacina contra a covid-19.

“Eu já tive o vírus vivo, então estou imunizado. Deixa outro tomar a vacina no meu lugar. Lá na frente, lá na frente, depois que todo mundo tomar… Se eu resolver tomar, porque no que depender de mim é voluntário, eu tomarei”, disse ele, em vídeo publicado por um canal bolsonarista no YouTube.

Bolsonaro já foi diagnosticado com a doença em julho do ano passado, mas cientistas ainda não sabem dizer por quanto tempo as pessoas ficam protegidas de se infectar novamente. Ou seja, o fato de ter se imunizado contra o vírus, como ele mesmo diz, não significa que não deva tomar a vacina.

Em dezembro, Bolsonaro chegou a dizer durante evento em Porto Seguro (BA) que não tomaria a vacina e criticou a obrigatoriedade da imunização: “Já tenho anticorpos. Pra que tomar a vacina de novo?”.

Na ocasião, ele também fez alegações, sem fundamento ou base científica, ao comparar eventuais efeitos colaterais com “virar jacaré e Super-Homem” e “nascer barba em mulher ou algum homem começar a falar fino”. Por fim, ele acrescentou: “Não tenho nada a ver com isso”. (Assista ao vídeo abaixo)

No mês passado, o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Antonio Barra Torresquis convidou o presidente para tomar o imunizante, durante participação de live semanal realizada nas redes sociais.

“Vai ter uma moeda de troca. Quero saber se o senhor está disposto… É a recíproca”. Bolsonaro então sorriu e disse: “sem contrapartida”, fazendo o sinal negativo com a cabeça.

Em novembro, o sigilo à carteira de vacinação de Bolsonaro foi decretado após pedido de acesso feito por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) pela revista Época. A assessoria da presidência disse, na época, que o sigilo foi baixado porque os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” de Bolsonaro. A Justiça deu um prazo de 72 horas para que o Planalto explicasse o motivo do sigilo.
Vacinação no Brasil

O Brasil atingiu hoje a marca de 7,9 milhões de vacinados contra a covid-19. No total, 7.941.173 de brasileiros receberam ao menos uma dose da vacina, o equivalente a 3,75% da população nacional. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

A primeira dose de imunizante foi aplicada em 269.948 pessoas nas últimas 24 horas em todo o país. Já 147.177 brasileiros receberam a segunda dose de ontem para hoje.

Ao todo, 2.611.071 pessoas receberam as duas doses da vacina, de acordo com recomendação dos laboratórios que produzem a CoronaVac e a Oxford/AstraZeneca. O número corresponde a apenas 1,23% da população do país.

Proporcionalmente, o Amazonas continua como o estado com o maior número de vacinados: 278.566 habitantes receberam pelo menos uma dose de imunizante. Isto equivale a 6,62%% da população local. O Pará permanece como o estado com menor porcentagem de aplicação da primeira dose, com apenas 1,87%.