Caiado diz que letalidade policial é causada por confrontos com criminosos

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) justificou a alta letalidade em ações policiais em Goiás pela queda da criminalidade, durante sabatina realizada na manhã desta segunda-feira (22). O candidato à reeleição destacou que a tendência é que a letalidade diminua, já que a criminalidade diminuiu.

Segundo Caiado, as mortes ocorridas em ações policiais foram fruto de ações contra organizações criminosas, já que “Goiás era dominado pela bandidade”. Ele aponta que as mortes foram resultado de confrontos contra a Polícia Militar e que os agentes de segurança pública tiveram que enfrentar “armas de guerra”.

“O cidadão não saía de casa, a mãe não passeava com o filho na praça, as empresas eram totalmente enjauladas. As facções mandavam nas escolas, as crianças eram obrigadas a comercializar drogas”, disse durante a sabatina ao Jornal O Popular.

Caiado diz que esse cenário elevou o percentual de letalidade policial no Estado, pois a PM teve que “enfrentar estruturas enraizadas, com alto poder bélico”. “Tiveram que enfrentar bandidos com ponto 50, uma arma de guerra. Por isso teve maior letalidade”, justificou e emendou que os bandidos tiveram que deixar o Estado, por a tendência é que esse números caiam.

A jornalista Fabiana Pulcineli então citou o caso do rapaz abordado por policiais militares na semana passada, colocado em uma viatura e encontrado morto logo depois, como exemplo de que nem todas as mortes são resultado de confronto. Caiado respondeu que houve punição aos envolvidos.

“Imediatamente solicitamos a prisão deles. Não admito, dentro da força de segurança, milícia e comportamento de bandido. Dentro de um confronto eu preparo minha tropa para não perder os soldados. Goiás tem o menor número de policiais de toda a história e somos os primeiros em segurança pública”, ressaltou.

Taxa

A taxa de mortalidade em intervenções policiais em Goiás é a terceira maior do país, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Na comparação entre os estados, o Amapá tem a polícia mais letal do país, uma liderança que se mantém desde 2019, com houve 17 mortes a cada 100 mil habitantes em ações da polícia. O estado com a segunda maior letalidade policial, Sergipe, teve 9 mortes a cada 100 mil habitantes no mesmo tipo de situação. Goiás e Rio de Janeiro vêm em terceiro e quarto lugar, com taxas de 8 e 7,8 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. No Distrito Federal, em Minas Gerais e Rondônia estão as menores taxas de letalidade, todas abaixo de 1 morte a cada 100 mil habitantes.