ASSEMBLEIA ANALISA

Caiado veta campanha de proteção à matas ciliares por erro de conceito

Proposta é do deputado estadual Antônio Gomide

"Indignação", diz Caiado sobre decisão do STJ que trancou processo contra advogados por tráfico
"Indignação", diz Caiado sobre decisão do STJ que trancou processo contra advogados por tráfico (Foto: Governo de Goiás)

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vetou de forma total o projeto do deputado Antônio Gomide que institui a Campanha Matas Ciliares de Goiás. A proposta tem por objetivo proteger e recuperar esse tipo de vegetação, bem como preservar os corpos hídricos do Estado.

Na justificativa, o gestor explica que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) recomendou o veto, por que o conceito “matas ciliares” trata de um tipo específico de vegetação. No caso, tem como característica a presença de grandes árvores em estrutura florestal.

Cita, ainda, que no bioma do cerrado existe uma diversidade de vegetações às margens dos cursos hídricos e estes apresentam, comumente, formações campestres ou savânicas. “Por isso, ao incentivar o plantio e a recuperação apenas de matas ciliares, a proposta poderia confundir o público-alvo das campanhas e levar introdução de espécies de mata ciliar em outras formações vegetais e essa mistura pode causar graves danos ambientais.”

Além disso, conforme a explicação ao veto, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Agropecuária (Emater) ratificou a questão. Disse, ainda, que a confusão pode levar a “ações de recomposição florestal equivocadas e danosas ao meio ambiente”.

Já a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), também pelo veto, recomendou: “Argumentou-se, nos termos de sua Gerência de Irrigação, Clima e Aquicultura, que a proposta conflita com o Plano Nacional de Regularização Ambiental e Imóveis Rurais (RegularizAgro), pois ele impõe que as áreas protegidas pela legislação ambiental, que incluem as previstas no autógrafo, sejam recompostas com a vegetação nativa, não apenas com matas ciliares.”

Vale citar, o veto ainda pode ser derrubado pelos deputados estaduais. Primeiro, ele será analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que emitirá parecer que será apreciado em plenário por votação única e secreta.