PRIVILÉGIO?

Câmara de Goiânia aprova prioridade para atendimento de advogados em órgãos públicos

Com a proposta, os profissionais não precisarão de agendamento prévio

Câmara de Goiânia aprova prioridade para atendimento de advogados em órgãos públicos
Câmara de Goiânia aprova prioridade para atendimento de advogados em órgãos públicos (Foto: Freepik)

A Câmara Municipal de Goiânia aprovou o projeto do vereador Ronilson Reis (Solidariedade) que prevê o atendimento prioritário para advogados nos órgãos públicos municipais. Para isso, basta a apresentação da carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com a proposta, que passou na Casa na terça-feira (2), os profissionais não precisarão de agendamento prévio nesses locais.

O projeto foi articulado pela Comissão de Acompanhamento do Processo Legislativo da OAB-GO (CAPL), presidida por Eliseu Silveira e pelo vice Ruy Alves. Ao Mais Goiás, o advogado constitucionalista e professor de Direito, Clodoaldo Moreira, disse que o texto não é inconstitucional. “O Projeto de Lei 482/2025 se sustenta dentro da legalidade.”

Ainda segundo ele, “a prioridade concedida aos advogados não é um privilégio pessoal, mas uma ferramenta que viabiliza o exercício de uma função reconhecida pela própria Constituição como essencial à Justiça. O município pode organizar o atendimento em seus órgãos e, ao preservar as prioridades já asseguradas a grupos vulneráveis, o projeto evita qualquer colisão com normas superiores.”

Ele observa, contudo, que pode haver espaço para debater acerca da isonomia. “Mas aqui a diferença de tratamento encontra fundamento legítimo: facilitar o trabalho de quem atua diariamente na proteção de direitos. Em termos gerais, a medida se mostra compatível com a ordem constitucional e com a finalidade pública que pretende alcançar.”

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Conforme o texto, permanecem as prioridades previstas em lei, como idosos, pessoas com deficiência, gestantes e pessoas com crianças de colo. “O objetivo de fortalecer o respeito às prerrogativas profissionais da advocacia e contribuir para uma administração pública mais eficiente, solicito o apoio dos nobres pares para aprovação deste Projeto de Lei”, afirma Ronilson. “O projeto não cria órgão, cargo, despesa nem interfere diretamente na estrutura administrativa do Executivo.”

O texto ainda precisa de sanção do Poder Executivo para se tornar lei.