INVESTIGAÇÃO

CEI da Comurg aponta que familiares do presidente têm cargo na companhia

Comissão investiga possíveis irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia e ouviu presidente da empresa na quarta-feira

O presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Borges, foi questionado sobre familiares com cargos na empresa, durante depoimento realizado na quarta-feira (22), em sessão da Comissão Especial de Inquérito (CEI), na Câmara Municipal.

Segundo dados do Portal da Transparência extraídos em fevereiro de 2023, Edimar Ferreira da Silva, sogro do presidente da Comurg, está lotado como diretor de Urbanismo. Ele tem o cargo de Trabalhador de Limpeza Urbana, com vencimento de R$1.485,68, mas gratificação por função de confiança de R$12.033,67 e gratificação incorporada de R$12.033,67, além de R$3.141,32 de “outros proventos. Com isso, recebeu R$21.149,28 líquidos naquele mês.

Enquanto isso, o pai de Alisson Borges, Albertino Simão, aposentado pela Comurg, tem vencimento de R$4.112,99, com gratificação de confiança de R$6.504,40 e gratificação incorporada de R$12.033,67, com vale transporte de R$ 240 e “outros proventos” de R$3.932,65. Em fevereiro deste ano, ele recebeu R$15.926,62. Os valores também estão no Portal da Transparência.

O presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB), apontou que se trataria de nepotismo. O presidente da Comurg, no entanto, disse que, tanto o sogro quanto o pai, são servidores de carreira. Além disso, Edimar já estava na direção quando assumiu como presidência.

“[Meu pai] tem 42 anos de carreira na empresa e teve benefícios, assim como outros servidores tiveram, como incorporações de gratificações. O Edimar, que é meu sogro, quando assumi a presidência da empresa, já estava na direção. Não fui eu que nomeei. Ele é um servidor de carreira, que está há vários anos. São dois servidores efetivos que trabalham na empresa, que prestam serviço e estão exercendo as funções que foram designados”, explicou Alisson Borges.

Os vereadores questionaram diversos temas, incluindo contratos, obras paradas, déficit com o Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas), INSS e FGTS, todos sob investigação.

Débito

O depoimento revelou uma série de problemas na gestão da empresa, que enfrenta um déficit superior a R$ 200 milhões, mas o presidente não soube precisar o tamanho do rombo na companhia. Ele admitiu que alguns débitos da Comurg estão sendo pagos pela própria empresa em duplicidade.

“Nós precisamos levantar. Alguns débitos da Comurg estão sendo pagos pela própria empresa em duplicidade”, disse Alisson.