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Clima de ‘já ganhou’ no agro frustra arrecadação de campanha de Bolsonaro

O clima de “já ganhou” entre empresários do agro fez com que as doações desse…

Clima de ‘já ganhou’ no agro frustra arrecadação de campanha de Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)
Clima de ‘já ganhou’ no agro frustra arrecadação de campanha de Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

O clima de “já ganhou” entre empresários do agro fez com que as doações desse segmento à campanha de Bolsonaro ficassem abaixo do esperado. Diante disso, os coordenadores da campanha presidencial, encabeçados pelo senador Flávio Bolsonaro, intensificaram ações junto ao setor para pedir dinheiro. Nas conversas, o principal argumento tem sido de que a disputa com Lula ainda não está decidida e que é necessário que o agro abra a carteira para colaborar.

As pesquisas mostram que Lula segue na liderança, com 13 pontos percentuais à frente de Bolsonaro, segundo o último Datafolha. Como boa parte da base bolsonarista ignora os levantamentos, esses eleitores também vinham desconsiderando o cenário desfavorável a Bolsonaro.

A quantia doada por setores do agronegócio até a semana passada frustou integrantes da equipe do presidente. Apesar de alguns dos principais nomes que contribuíram para a campanha serem do setor, a expectativa era de que as doações ocorressem em um volume muito maior.

Há cerca de dez dias, Flávio fez uma série de agendas com sindicatos e associações rurais no Mato Grosso. O candidato a vice de Bolsonaro, Braga Netto, também realizou um tour pela região. Com a resistência de Bolsonaro em pedir diretamente as doações, ambos têm feito esse papel. A falta de engajamento do presidente na arrecadação de dinheiro também tem desestimulado os repasses. Segundo aliados, potenciais doadores querem ser recebidos por Bolsonaro e tirar uma foto, mas não tiveram essa solicitação atendida.

Como informou o colunista Lauro Jardim, o PL, partido de Bolsonaro, já zerou os R$ 269 milhões do fundo eleitoral para financiar seus candidatos. O presidente recebeu R$ 10 milhões da sigla. Já Lula, seu principal adversário, tem R$ 66,7 milhões do PT. Simone Tebet recebeu R$ 30 milhões do MDB e Ciro Gomes tem R$ 10 milhões do PDT.

O intensivo de Flávio começou a surtir feito. No dia 26 de agosto, a campanha de Bolsonaro recebeu R$ 390 mil em doações. Três dias depois, Alessandro Nicoli doou R$ 100 mil. Seu grupo atua no cultivo de soja, milho e arroz em Mato Grosso.