ELEITORADO

Com Lula no cenário, tendência é de aumento da “polarização extrema”, diz analista

A tendência de fortalecimento do centro do espectro político no país com candidaturas de Ciro…

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Foto: Sérgio Lima - Poder 360

A tendência de fortalecimento do centro do espectro político no país com candidaturas de Ciro Gomes (PDT), João Dória (PSDB) ou de Luciano Huck (sem partido) se enfraquece diante do retorno do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário eleitoral. Neste sentido, há retorno de uma “polarização extrema” entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na avaliação do cientista político Guilherme Carvalho, a polarização acontece pois os apoiadores dos candidatos têm visões políticas que se opõem. Isso tem relação com maior politização a partir da volta de Lula ao cenário eleitoral. “O indivíduo toma consciência sobre um determinado tema, busca se informar mais e se engaja em pequenas tribos que formam grupos de opinião pública que se colocam contra em uma diferença muito clara”, aponta.

Com a entrada de Lula no cenário eleitoral, há um rompimento da caminhada ao centro por parte do eleitorado. Com candidaturas alternativas, com polarização menor, já que a camada de opinião dos grupos que apoiam esses candidatos mais ao centro possuem menos divergências tanto a Lula quanto a Bolsonaro.

“Os grupos que apoiam Lula e Bolsonaro estão totalmente opostos um ao outro. É por isso que a gente enxerga polarização extrema”, aponta Guilherme Carvalho. “Com a possibilidade de Lula ser candidato, o voto útil passa a ganhar maior predominância”, completa.

“Aqueles que não querem reeleger Bolsonaro passam a enxergar o petista como mais atraente, mesmo que votem mais ao centro. A tendência é votar em uma candidatura mais competitiva para evitar que Bolsonaro seja reeleito. Neste sentido, candidatura à centro-esquerda, como Ciro Gomes, ou a centro-direita, do João Dória, tendem a perder a possibilidade de ser competitivos, já que o eleitor começa a migrar para os polos oposicionistas para impedir que um seja eleito em detrimento do outro”, explica.

Partidos

Em entrevista ao Mais Goiás a presidente estadual do PT, Kátia afirmou que, com Lula elegível, o tabuleiro político se movimenta, refletindo em todos os Estados. Contudo, ela não adiantou se o partido teria candidato próprio em 2022.

O deputado federal delegado Waldir (PSL) avalia que a volta do ex-presidente Lula (PT) ao cenário eleitoral tende a renovar a polarização entre esquerda e extrema direita, com a possibilidade de embate entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas urnas. Para o parlamentar, ainda há que definir quem seria o candidato de centro.

“Temos nesse cenário [de candidato de centro] Ciro Gomes, que vai deixar de ser candidato pelo PDT. Temos assim, três candidatos a presidente da República”, aponta.

Jorge Kajuru (Cidadania) avalia que o PT, com a figura do Lula, não passa dos 20%. O senador salienta que se não conseguir passar desse percentual inviabiliza uma terceira via.