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CPI investiga contratos sem licitação do ex-ministro Ricardo Barros com VTCLog

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, verificou que VTCLog obteve oito…

Barros, quando ministro da Saúde, autorizou contratos sem licitação da VTCLog
Barros, quando ministro da Saúde, autorizou contratos sem licitação da VTCLog (Foto: Agência Senado)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, verificou que VTCLog obteve oito contratos com o Ministério da Saúde sem processos licitatórios, de 2016 a 2018. O levantamento foi apontado pelo relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL).

Ainda segundo o senador, os contratos sem os processos de licitação somaram R$ 335,3 milhões. À época, o Ministério da Saúde tinha como titular – do então presidente Michel Temer (MDB) – o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), hoje líder de Bolsonaro (sem partido) na Câmara.

A unidade responsável pelas questões de logística, observou Calheiros, foi extinta da pasta por Barros, à época. “Há ainda informação mais grave: Ricardo Barros extinguiu o cargo do Ministério da Saúde que fazia o transporte, a logística e no seu lugar contratou sem licitação a VTCLog. Por que contratos não puderam ser feitos mediante processo licitatório, que é a regra, a legislação?”

Depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira

O sócio da VTCLog, Raimundo Nonato Brasil, presta depoimento à CPI da Covid-19 nesta terça (5). Questionado sobre essa situação, ele disse que não poderia responder pelo governo.

O empresário, contudo, confirmou se lembrar que, naquele momento, o Ministério da Saúde fez uma consultoria e estudos com empresas de logística para tomar a decisão.

Depois disso, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), declarou que pediria ao Tribunal de Contas da União (TCU) a justificativa do então ministro Barros, na ocasião, para assumir o contrato sem o processo licitatório.

CPI da Covid vai pedir o indiciamento de Bolsonaro em relatório

Renan Calheiro já adiantou que vai recomendar o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro em seu relatório, previsto para o dia 18 de outubro. “[Jair Bolsonaro] Pode ser e com certeza será [indiciado]. Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será pelo crime que praticou.”

Segundo o senador relator, as figuras centrais de seu relatório, além do presidente, serão os ministros de Estado e membros do chamado gabinete paralelo.