Deputado federal do PSD acredita que Caiado e Vanderlan “podem unir forças”
Em entrevista exclusiva ao Mais Goiás, o deputado federal considera difícil aliança entre PSD e PT e aposta em diálogo entre Caiado e Vanderlan
O deputado federal e vice-presidente do PSD em Goiás, Ismael Alexandrino ainda acredita em uma aproximação entre governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o senador Vanderlan Cardoso (PSD), no repeteco da dobradinha da campanha que caminhou ao Paço Municipal, em 2020 quando ambos chegaram ao segundo turno do pleito.
Em entrevista ao Mais Goiás, Ismael elogia a capacidade de articulação e de gestão do governador Ronaldo Caiado e prega que o diálogo entre o chefe do executivo e Vanderlan Cardoso não se encerrou.
Alexandrino também destaca que a pré-candidatura de Vanderlan Cardoso está se estruturando de forma “muito sólida e equilibrada” e, por isso, não há o que se falar em uma aliança entre pessedistas e petistas. “Se ambos serão candidatos, a chance é que disputem o voto nas urnas”, fazendo referência a deputada federal Adriana Accorsi.
A entrevista sucede declarações de Vanderlan Cardoso ao portal Mais Goiás em que disse que o partido jamais cogitou abandonar a disputa. A avaliação foi feita após especulações que indicavam uma possível desistência para se aliar ao projeto do PT, em Goiânia, numa articulação com as executivas nacionais e em troca receber apoio dos petistas para o Palácio das Esmeraldas, em 2026.
Leia a entrevista na íntegra com o deputado federal e presidente do PSD em Goiás, Ismael Alexandrino:
Domingos Ketelbey: A possibilidade de aliança com o PT incomodou algumas lideranças do PSD. Houve recuo nesse diálogo?
Ismael Alexandrino: O PSD é um partido do diálogo, conversamos numa boa com todos. E muitas vezes a cena política já vai fazendo seus julgamentos e tentando fazer os seus “fla x flu”. A política precisa ser mais que isso, precisamos discutir projetos para a capital. Às vezes, numa conversa com um possível candidato adversário, não sai uma aliança política, mas sai uma boa ideia para a gestão da cidade e ela pode ser incorporada. Respeitamos todos os potenciais candidatos e reconhecemos as qualidades deles. Este momento é a hora de dialogar, avaliar cenários, calcular bem os passos, ter um projeto sólido de gestão (sem isso, é lata vazia em carroça acelerada).
Mas houve ou há alguma articulação em curso entre PT e PSD para alguma aliança em Goiânia?
Ismael Alexandrino: Que eu tenha participado desse diálogo, não. Mesmo porque vejo a candidatura da deputada federal Adriana Accorsi definida, segundo o PT. Da mesma forma, a candidatura do Senador Vanderlan também tem se estruturado de forma muito sólida e equilibrada. Se ambos serão candidatos, a chance é que disputem o voto nas urnas.
Vanderlan me concedeu uma entrevista em que ele dá uma apaziguada com Caiado. Diz que não está fechado para o diálogo…
Ismael Alexandrino: Sim, claro. Não tem porque abrir brigas a esta altura, até porque não há motivos reais para elas existirem.
E acredita que ainda dá para dialogar sobre aliança com o governador?
Ismael Alexandrino: Claro que dá. Caiado é um político experiente, de resultados, pragmático, sabe avaliar não só a política partidária, como também a capacidade de alguém gerir o Estado ou a cidade. E ele tem consciência que o Senador Vanderlan tem esta condição, é um bom gestor privado e um bom gestor público. E o Senador Vanderlan também reconhece a importância do governador neste processo, sobretudo dada a sua avaliação positiva expressiva como governador. Se existiram ruídos políticos e partidários no passado, isso pode muito bem ser superado hoje se focarem em um projeto sólido de gestão. Com boas gestões, cada qual na sua esfera, ambos ganham politicamente, e a população – que é o foco principal -, também ganha. Os interesses reais de ambos não são conflitantes. Ao contrário, podem unir forças. São maduros para tanto.
Essa desistência do Bruno Peixoto pode impulsionar novos diálogos?
Ismael Alexandrino: Com certeza. No momento atual, cada cena que muda, muda o roteiro no algoritmo da política e dos diálogos.