POLÍTICA

Deputado incorpora ‘Bolsonaro’ ao sobrenome no Ceará

Deputado estadual Carmelo Neto é um dos aliados que criticaram Alexandre de Moraes por mandar Bolsonaro para prisão domiciliar

Carmelo "Bolsonaro" ao lado do ex-presidente (Foto: Reprodução)
Carmelo "Bolsonaro" ao lado do ex-presidente (Foto: Reprodução)

O deputado estadual Carmelo Neto, do PL do Ceará, apresentou requerimento à mesa diretora da Assembleia Legislativa cearense para alterar o nome parlamentar dele para “Carmelo Bolsonaro”. De acordo com a imprensa local, o departamento legislativo deu encaminhamento ao pedido nesta terça-feira (5), data da retomada das sessões plenárias após recesso.

Carmelo é um dos deputados bolsonaristas que, nas redes sociais, protestaram contra o despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que mandou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para prisão domiciliar.

“A gente tá vendo o esforço de calar o presidente Bolsonaro o tempo inteiro por parte Judiciário, do ministro Alexandre de Moraes, que as grandes democracias do mundo já estão vendo as arbitrariedades que ele tá cometendo, estão classificando como ditador. […] Eu alterei meu nome parlamentar, agora é Carmelo Bolsonaro, do ponto de vista legal aqui na casa legislativa, na casa do povo, dar voz ao ex-presidente que está sendo censurado, calado, vítima de uma arbitrariedade”, explicou.

Além da alteração do nome parlamentar, Carmelo teve sua licença da Assembleia encaminhada nesta terça. Ele ficará fora para tratar de interesse particular por 120 dias, período em que será substituído por David Proarmas.

Prisão domiciliar de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim da tarde desta segunda-feira (4). Moraes também ordenou à Polícia Federal (PF) o recolhimento do aparelho celular que o ex-presidente utilizou para participar, de forma remota, dos atos bolsonaristas de domingo (3).

“Diante do exposto, em face do reiterado descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente, decreto a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro, a ser cumprida, integralmente, em seu endereço residencial”, diz trecho da ordem.

O ministro afirmou que a presença contínua do ex-presidente nas redes sociais “demonstra necessidade e adequação de medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu, mesmo com a imposição de medidas cautelares diversas da prisão”, argumentou o ministro.

Moraes ainda advertiu o ex-presidente de que, se houver o descumprimento das novas determinações, Bolsonaro pode ser enviado para a prisão preventiva e ir para atrás das grades.

Um dos vídeos que ensejou a decretação de prisão domiciliar do ex-presidente foi veiculado no ato bolsonarista que aconteceu neste domingo (3), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Esse mesmo vídeo foi postado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), mas apagado horas depois. 

Para um grupo de ministros da Corte, contudo, apesar de o post ter sido deletado, o gesto do parlamentar pode ter representado uma violação às restrições impostas ao pai.

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