Desembargador que pediu fim da PM se retrata durante audiência com CNJ
Na audiência, também ficou decidido que o desembargador permanecerá de férias até o dia 29 deste mês com visita do CNJ no gabinete
O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), Adriano Roberto Linhares Camargo, se retratou da manifestação que fez pedindo o fim da Polícia Militar (PM) durante a sessão de julgamento da Seção Criminal, ocorrida no dia 1º de novembro. A retratação foi feita durante audiência de mediação realizada na Corregedoria Nacional de Justiça, na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em Brasília, na terça-feira (21).
Na ocasião, também ficou decidido que o desembargador permanecerá de férias até o dia 29 deste mês e a Corregedoria Nacional de Justiça realizará, ainda em novembro, uma correição extraordinária no gabinete do desembargador e na 4ª Câmara Criminal do TJGO.
“Quanto ao pronunciamento pessoal por mim lançado em seção de julgamento da sessão criminal do Tribunal de Justiça de Goiás de 1º/11/2023, relativamente à generalização abstrata feita em relação à extinção da Polícia Militar do Estado de Goiás e à inoportuna afirmativa de que atuava com invisibilidade nos confrontos, colho o ensejo para de ambas retratar-me de forma cabal. Nesta ocasião, desejo ratificar o apreço e a consideração institucional pelo trabalho desenvolvido pelos policiais militares e pela Polícia Militar do Estado de Goiás”, retratou o desembargador.
A audiência de mediação no CNJ contou com a presença do corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão e do presidente do TJGO, desembargador Carlos França.
Entenda o caso
O desembargador foi afastado pelo Tribunal de Justiça de Goiás após o governador, Ronaldo Caiado (UB), fazer duras críticas ao magistrado de segunda instância. Ele foi afastado por 18 votos a 3 no Órgão especial, durante sessão extraordinária.
No entanto, o Conselho Nacional de Justiça devolveu o cargo a ele, após decisão, no dia 9 de novembro, do ministro corregedor Luís Felipe Salomão.
A fala, que gerou as punições, foi a seguinte: “Para mim tem que acabar com a PM e instituir uma forma diferente na área da investigação e da repressão a crimes. A PM deve ser reserva técnica do exército e enfrentar inimigo”. Na ocasião, o desembargador deixou claro que tratava-se de uma opinião.