DE OLHO NOS CARGOS

Eleições 2022: veja quem disputa, quando elas acontecerão e o que vão impactar

As eleições de 2022 estão previstas para acontecer nos dias 2 de outubro (primeiro turno)…

Eleições 2022: quem disputa, quando e como deve ser e o que impacta
Eleições 2022: quem disputa, quando e como deve ser e o que impacta (Foto: Jucimar de Sousa)

As eleições de 2022 estão previstas para acontecer nos dias 2 de outubro (primeiro turno) e 30 de outubro (segundo turno). Serão eleitos presidente da República, governadores, deputados estaduais e federais e senadores. Na eleição de 2022, será escolhido apenas um senador por estado, com mandato de oito anos.

Esta será a nona eleição para presidente da República desde a redemocratização. Apesar do fim da ditadura militar em 1985, José Sarney (que era vice de Trancredo Neves e que morreu antes da posse) não foi eleito pelo voto da população brasileira. Sarney foi de forma indireta pelo Colégio Eleitoral, composto por integrantes do Congresso Nacional.

Depois de Sarney, foi eleito Fernando Collor de Melo (1990 a 1992). Ele foi substituído pelo vice Itamar Franco (1992 a 1994); Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002); Lula (2003 a 2010); Dilma Rousseff (2011 a 2016), que foi substituída por Michel Temer (2016 a 2018); e Jair Bolsonaro (2019 até agora).

Em Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) e Lincoln Tejota foram eleitos governador e vice, em 2018. Caiado disputa a reeleição, mas com uma diferença: o presidente do MDB em Goiás, ex-deputado Daniel Vilela, que foi seu adversário em 22018, agora será o seu candidato a vice.

Os três senadores de Goiás são Vanderlan Cardoso (PSD), Jorge Kajuru (Podemos) e Luiz do Carmo (MDB). O mandato de Luiz Carlos do Carmo termina em 2022. Ele era suplente de Ronaldo Caiado e assumiu o cargo em 2019, com a vitória de Caiado na eleição para governador. Luiz Carlos do Carmo deseja disputar a reeleição. Goiás também tem 17 deputados federais e 41 estaduais (confira abaixo).

Caiado anuncia Daniel Vilela como vice em 2022

Caiado e Daniel Vilela disputam o governo como aliados em 2022 (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

O que esperar para 2022 no Brasil e em Goiás?

1. Quando ocorrerão as próximas eleições?

As próximas eleições estão previstas para 2 de outubro (primeiro turno) e 30 de outubro (segundo turno) de 2022.

2. Quais cargos serão disputados?

Neste pleito, serão disputados os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

3. Quem ocupa atualmente estes cargos?

O presidente do Brasil é Jair Bolsonaro (sem partido); o vice, Hamilton Mourão (PRTB). Em Goiás, o governador é Ronaldo Caiado (DEM) com Lincoln Tejota (Cidadania), na vice; e os senadores são: Luiz do Carmo (MDB), que finaliza o mandato em 2022; Vanderlan Cardoso (PSD) e Jorge Kajuru (Podemos), que seguem até 2026 – eles foram eleitos para o mandato de oito anos em 2018.

Os deputados estaduais de Goiás são: Álvaro Guimarães (DEM), Alysson Lima (Solidariedade), Amauri Ribeiro (Patriota), Amilton Filho (Solidariedade), Antônio Gomide (PT), Bruno Peixoto (MDB), Cairo Salim (Pros), Charles Bento (PRTB), Chico KGL (DEM), Cláudio Meirelles (PTC), Coronel Adailton (PP), Delegada Adriana Accorsi (PT), Delegado Eduardo Prado (DC), Delegado Humberto Teófilo (PSL), Dr. Antonio (DEM), Francisco Oliveira (PSDB), Gustavo Sebba (PSDB), Helio de Sousa (PSDB), Henrique Arantes (MDB), Henrique Cesar (PSC), Humberto Aidar (MDB), Iso Moreira (DEM), Jeferson Rodrigues (Republicanos), Karlos Cabral (PDT), Lêda Borges (PSDB), Lissauer Vieira (PSB), Lucas Calil (PSD), Major Araújo (PSL), Maycllyn Carreiro (PRTB), Paulo Cezar (MDB), Paulo Trabalho (PSL), Rafael Gouveia (PP), Rubens Marques (Pros), Talles Barreto (PSDB), Thiago Albernaz (Solidariedade), Tião Caroço (DEM), Vinícius Cirqueira/Sérgio Brava (Pros – em processo de cassação e substituição), Virmondes Cruvinel (Cidadania), Wagner Camargo Neto (Pros), Wilde Cambão (PSD) e Zé Carapô (DC).

Os deputados federais de Goiás são: Delegado Waldir (PSL), Flavia Morais (PDT), Zacarias Calil (DEM), Francisco Jr (PSD), João Campos (Republicanos), Glaustin da Fokus (PSC), Zé Mario (DEM), Magda Mofatto (PR), Professor Alcides (PP), Rubens Otoni (PT), Lucas Vergílio (Solidariedade), Adriano do Baldy (PP), Elias Vaz (PSB), Célio Silveira (PSDB), Alcides Rodrigues (PRP), José Nelto (PODE) – 2,04% e Vitor Hugo (PSL).

4. Quais candidaturas foram confirmadas até agora?

Oo presidente Bolsonaro é pré-candidato à reeleição. Além dele, está praticamente certa a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentará ser eleito ao cargo pela terceira vez. O PDT já anuncia a postulação do ex-ministro Ciro Gomes desde que ele ficou em terceiro lugar, em 2018.

Já a eleição para governador de Goiás terá Ronaldo Caiado (DEM), candidato à reeleição com um novo vice: sai Lincoln Tejota (Cidadania), entra Daniel Vilela (MDB). De saída do MDB, o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, também tenta viabilizar uma chapa de oposição. O Patriota, até o momento, tem reforçado o nome de Jânio Darrot na disputa.

Além dos nomes que já ocupam cadeiras na Câmara Federal, o hoje deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), é assumidamente pré-candidato.

Gustavo Mendanha e Jânio Darrot podem disputar o pleito com Caiado, em 2022

5. Quais candidaturas são mais prováveis?

Outras possibilidades na presidência são: a senadora Simone Tebet ou Michel Temer (pelo MDB); pelo PSDB, João Doria e Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati e o ex-prefeito Arthur Virgílio Neto; Luiz Henrique Mandetta (DEM), Danilo Gentili e Datena também são ventilados.

Ao governo, partidos de esquerda como PT e PSOL, além de outros menores como PCO e PCB também podem aparecer. É possível, também, haver alguma aliança.

Major Vitor Hugo, do PSL, pode ser o candidato bolsonarista ao governo para suprir o afastamento entre Bolsonaro e Caiado, durante a pandemia – o governador manteve um discurso mais técnico, enquanto o presidente defendeu medicamentos sem eficácia comprovada, além de fazer discursos contra medidas de gestores federais para aplacar a Covid-19.

No Senado, existe uma disputa para ocupar um local na chapa do governador Ronaldo Caiado. Luiz do Carmo quer a reeleição, mas pode migrar para o PSC se não conseguir espaço. O mais cotado nos bastidores, contudo, é Henrique Meirelles (PSD). Além deles, também querem um lugar na chapa: os deputados federais delegado Waldir (PSL); Zacharias Calil (DEM); e João Campos (Republicanos).

Marconi Perillo (PSDB) é tido como possível candidato à Câmara Federal. Presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota) deve optar por sair a deputado federal ou estadual, em 2022. Lucas Kitão (PSL) também pode tentar alçar voos mais altos e brigar por uma cadeira na Câmara Federal.

Lincoln Tejota não quis comentar o anúncio de Daniel Vilela para vice de Caiado. Mas bastidores sugerem que ele pode disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) ou até ir para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Momentos que já impactaram as eleições de 2022

Em relação as eleições de 2022 no plano federal, a pandemia da Covid-19, que teve início em março do ano passado, no Brasil, foi o maior impacto. Diversas pesquisas neste ano indicaram que mais de 50% dos brasileiros reprovavam a gestão do presidente diante da crise pandêmica, que já soma quase 600 mil mortes.

Além disso, o país vive uma disparada de inflação, bem como desemprego e uma série de discursos antidemocráticos que atingem cada vez mais uma bolha específica. Prova disso é que a pesquisa IPEC da última quarta mostra que a avaliação negativa de Bolsonaro já alcança 53%: 42% o consideram péssimo e 11% o acham ruim.

Outro ponto de desgaste foram os atos de 7 de setembro convocados por Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Legislativo – motivados por investigações a aliados, inclusão no inquérito da Fake News e, principalmente, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado. Sem obter o resultado esperado e isolado, Bolsonaro recorreu ao ex-presidente Michel Temer (MDB) para produzir uma carta à nação recuando dos ataques e fazendo uma mea culpa com o STF e, especialmente, com o ministro Alexandre de Moraes. O gesto, para alguns apoiadores, foi visto como um balde de água fria.

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Bolsonaro em manifestação em Goiânia dias antes do 7 de Setembro (Foto: Jucimar de Sousa – Mais Goiás)

Outra derrota de Bolsonaro, que veio com um discurso recheado de desgaste foi o do voto impresso auditável.  O texto foi derrotado na Câmara, mas foi responsável por mais uma crise no governo, além de estranhamentos com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Não bastasse isso, ainda antes, o ex-presidente Lula se tornou elegível em abril deste ano após confirmação do STF. De lá pra cá, o petista garantiu outras vitórias na justiça, além de figurar em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto.

Pesquisa Genial/Quaest, do começo de mês, o petista teria 55% dos votos totais no segundo turno, ante 30% do atual chefe do Executivo, ou seja, uma vantagem de 25 pontos percentuais – em agosto, eram 22.

Reviravoltas em Goiás

Em Goiás, a morte do prefeito eleito de Goiânia Maguito Vilela (MDB) pode ter alterado ou antecipado um cenário: a aliança do presidente do MDB no Estado Daniel Vilela com Ronaldo Caiado (DEM). Com a confirmação dos diretórios, maioria de prefeitos e deputados estaduais, o partido decidiu por caminhar com o governador em 2022.

Na sexta-feira passada, inclusive, Caiado anunciou Daniel Vilela como vice, em substituição Lincoln Tejota. A união não agradou a todos os emedebistas: o prefeito de Aparecida de Goiânia, defensor de uma chapa própria do partido, anunciou desfiliação e articula para ele próprio ser um candidato de oposição.

Ressalta-se: a aproximação de Caiado e Daniel pode ter impactos até em Goiânia. O presidente da capital Rogério Cruz (Republicanos) teve uma separação dramática com o MDB vilelista, com saída de secretários ligados a Maguito em abril. Apesar do prefeito sempre se dizer que é um aliado de Caiado, a situação de parceria gera temor e o Republicanos pode se tornar uma incógnita em 2022.

No começo da pandemia, Bolsonaro e Caiado se estranharam pelo distanciamento de discursos em relação a doença que já matou quase 600 mil brasileiros. Apesar de terem ensaiado uma reaproximação, o presidente continuou a alfinetar o governador.

Ainda neste mês, Bolsonaro disse que os governadores não querem perder receita, em referência ao aumento no preço dos combustíveis e que a cobrança do ICMS é decidida “entre amigos”. Afirmação foi feita para apoiadores no Palácio da Alvorada, onde o presidente chegou a falar sobre dois governadores em específico.

“Não vou falar o nome, estão mentindo, falando que estou mentindo. Fala grosso o cara: ‘Tá 32% o preço fixo’. Mas ele não fala que 30% é em cima do valor total na bomba, e tinha que ser em cima do preço da usina”, declarou Bolsonaro em indireta a Caiado.

A alíquota do ICMS em Goiás é de 30%. Mas, Bolsonaro volta a dizer para seus apoiadores que o valor correto seria 32%. “Eu repito aqui o problema é o ICMS. Vieram dois governadores agora dizer que estou mentindo porque o ICMS é 32% e não mudou nada. Não mudou, mas a Constituição manda botar um valor fixo”, reforçou.

Com isso, o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota) tenta emplacar uma chapa de oposição em Goiás. O portal apurou que ele tem se encontrado com Alexandre Baldy, presidente do PP Goiás para isso – major Vitor Hugo, que já admitiu ter o desejo de disputar o governo, poderia ocupar uma vaga.

Caiado aponta algo a Bolsonaro, ambos estão de máscara - Caiado manifesta apoio a candidatura da terceira via e se afasta de Bolsonaro

Caiado manifesta apoio a candidatura da terceira via e se afasta de Bolsonaro (Foto: Reprodução – Twitter)