Eleitores fazem denúncia de erros nas urnas, em Goiânia
Alguns eleitores relataram que não conseguiram visualizar o voto para presidente. TRE-GO diz que algumas urnas processam a votação mais lentamente
Na manhã de votação deste domingo (7), alguns eleitores que votam no Colégio Ânima, no Setor Coimbra, denunciaram erros nas urnas eletrônicas. Esse é o caso de Divina Vieira da Silva. Ela explica que, quando estava na tela para votar para presidente, a foto do candidato não apareceu e, mesmo assim, o voto foi finalizado. Ainda segundo ela, outras três pessoas passaram pela mesma situação.
“Eu tirei o rosto da gabine e falei para o presidente [da seção]: ‘moço, meu voto não deu certo. Não apareceu a foto do presidente e deu sim antes de confirmar’. Quando foi a quarta pessoa atrás de mim, aconteceu a mesma coisa, na mesma urna”, disse Divina. Em seguida, os Policiais Militares (PM) foram chamados para registar ocorrência.
Segundo Divina, todos os problemas ocorreram com eleitores do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Leitores do Mais Goiás reclamam da mesma situação em colégios no Jardim Guanabara e no Parque Ateneu, afirmando que não conseguem digitar o número do candidato à Presidência da República. Aparemente, todos também são eleitores de Bolsonaro.
O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) afirma que esses erros podem ter acontecido porque os eleitores tentam digitar o número do candidato à Presidência da República na tela do candidato ao Governo Estadual. “O eleitor que chega sem conhecer a sequência votação esquece a ordem e tenta votar para presidente ainda no cargo de governador. Dependendo do número que ele escolher, esse voto é informado como nulo”, disse o secretário de tecnologia da informação do TRE, Dary Gonzaga Rodrigues.
Primeiro, será escolhido o deputado federal, com quatro dígitos. Depois, o deputado estadual, com cinco dígitos. O próximo voto é para o Senado Federal. Atenção: neste ano, o eleitor deve escolher dois candidatos para senador, com três dígitos. O penúltimo voto é para governador e o último para presidente da República, ambos com dois dígitos.
Em nota, a Justiça Eleitoral disse que a informação sobre a ausência de processamento de todos os votos na urna eletrônica é falsa. O órgão ressaltou que são utilizados modelos diferentes e que a urna mais antiga, de 2008, demora mais a processar o voto. Confira a nota na íntegra:
A Justiça Eleitoral esclarece que a mensagem que circula em redes sociais e aplicativos de bate-papo sobre a ausência de processamento de todos os votos na urna eletrônica é falsa. A informação falsa trata principalmente do voto para presidente, como se a urna não estivesse processando o voto.
São utilizados diferentes modelos de urnas eletrônicas nas seções eleitorais em Minas Gerais, e a velocidade de processamento e posterior encerramento dos votos, após o eleitor apertar a tecla confirma, é diferente de acordo com o modelo da urna eletrônica. A urna mais atual – modelo 2015 – processa os votos mais rapidamente que a urna mais antiga – por exemplo, modelo 2008. Para comprovar, foram feitas filmagens na auditoria de votação paralela em duas urnas, uma modelo 2015 e outra modelo 2008, para que o eleitor entenda como se dá o encerramento da votação e tenha a segurança de que todos os seus votos são devidamente registrados pela urna eletrônica.
Ainda, a Justiça Eleitoral esclarece que um vídeo que circula na internet no qual a urna, supostamente, “auto completa” o voto para presidente também é falso. Os vídeos não mostram o teclado da urna, onde uma pessoa digita o restante do voto. Não existe a possibilidade de a urna auto completar o voto do eleitor, e isso pode ser comprovado pela auditoria de votação paralela, nos mesmos vídeos abaixo.