Amante e voto secreto

Em dia de posse no Senado, Kajuru cita amante do pai para defender voto aberto

Jorge Kajuru (PSB), senador eleito por Goiás, citou a amante do pai para defender o…

Jorge Kajuru (PSB), senador eleito por Goiás, citou a amante do pai para defender o voto aberto na eleição para a mesa diretora do Senado Federal, na última sexta-feira (1º), durante cerimônia de posse. Ele também relembrou episódios antigos vividos com os agora colegas de trabalho: o ex-presidente Fernando Collor (PTC) e Renan Calheiros (MDB).

O assunto repercutiu na imprensa nacional e o senador chegou a ser um dos assuntos mais comentados no twitter. “Esqueçam Cabo Daciolo. Agora é Kajuru”, comentou o jornalista Duda Noblat. “Kajuru é um dos senadores mais ponderados hoje. Pode fechar o Brasil”, dizia um comentário na rede social. Outro internauta postou: “no discurso de estreia do Senado, Kajuru revelando que fazia delação desde os 11 anos quando para mãe que ela era traída pelo pai. Serão 8 anos maravilhosos de mandato”.

Segundo o regimento interno, a eleição para a Mesa Diretora é feita por meio de voto secreto. Contudo, na sessão de sexta-feira, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Lasier Martins (PDT-RS) defenderam a votação aberto.

Eleito em 2018 com 1.557.415 votos, o que representa 28,23% dos votos válidos, Kajuru ressaltou que o voto secreto
seria “dar um tapa na cara de toda a sociedade brasileira!”. “O Brasil inteiro está nos vendo. O que o Brasil inteiro espera de nós? Que o voto não seja secreto”, completou. Também eleito por Goiás, Wanderlan Cardoso (PP), votou a favor da transparência do voto.

Assista:

Detalhes

O discurso de Kajuru teve início com referência à diabetes: “eu tenho 6% da visão em função da diabetes. […] Então, às vezes, eu não enxergo as pessoas de longe”, disse. Lembrou dos tempos de jornalista, entrevista feita com o agora colega de Casa, Fernando Collor (PTC), e um jogo de futebol com Renan Calheiros (MDB).

“Como jornalista, fiz tantas críticas a senadores históricos aqui desta Casa, há tanto tempo aqui, e esses mesmos senadores hoje me cumprimentam com máxima alegria, lembram de fatos antigos”, disse.

Depois de citar o escritor Erasmo de Roterdã, o senador entrou em detalhes sobre a vida familiar para defender que o voto para a presidência do Senado fosse aberto. Ele contou uma história de que teria visto o pai com uma amante e que aquilo era “secreto”, não poderia ser dito à mãe.

Contudo, aos onze anos, ele não teria escondido a informação e depois teria apanhado do pai, como punição. “Eu apanhei tão prazerosamente, porque eu contei para minha mãe aquilo que o meu pai falou que era secreto”.

Referindo a si mesmo em terceira pessoa, fez questão de ressaltar: “Kajuru vai se preocupar com crítica? Jamais”. E mais: “Kajuru é diferente mesmo, é meio louco”.