COMOÇÃO

Acidente trágico e resposta a Trump pautam passagem de Lula por Goiânia

Em evento marcado por forte comoção, em razão do acidente que vitimou cinco pessoas, entre…

Em Goiânia, Congresso da UNE com presença de Lula foi marcado por defesa à soberania e homeagens (Foto: Ruber Couto)

Em evento marcado por forte comoção, em razão do acidente que vitimou cinco pessoas, entre elas, três estudantes da UFPA, na BR-153, em Porangatu, enquanto se deslocavam para o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (17), em Goiânia, da cerimônia de abertura do encontro, que teve como tema central a defesa da soberania nacional.

O tema desta edição, “O Brasil se une pela soberania”, que deu o tom político da cerimônia e ecoou nas falas de estudantes e ministros. Em diversos momentos, a bandeira do Brasil foi exaltada especialmente após anos em que tornou-se símbolo político do bolsonarismo. O assunto, inclusive, foi supracitado por Lula em seu discurso.

Ovacionado ao subir no palco, por volta das 13h, Lula chegou com cerca de 1h30 de atraso e foi recebido por uma salva de aplausos puxada pelos estudantes em homenagem às vítimas. O minuto de aplausos foi realizado ao lado do presidente e marcou o tom de luto e solidariedade que atravessou toda a solenidade. A primeira-dama Rosângela Janja Lula da Silva também acompanhou o ato, assim como ministros e parlamentares.

Antes de participar oficialmente do evento, Lula se reuniu, de forma reservada, com sobreviventes do acidente ocorrido na madrugada da quarta-feira (16). O encontro com cinco estudantes aconteceu nas dependências da universidade. 

Congresso da UNE sob impacto

A tragédia abalou profundamente os bastidores do congresso estudantil. Ao longo da quarta-feira, a direção da UNE chegou a cogitar cancelar a participação do presidente, temendo que não houvesse clima para discursos em meio ao luto. Após articulação com o cerimonial da Presidência, decidiu-se manter a agenda, com ajustes no tom e espaço para homenagens.

“Temos que transformar essa dor em luta. E vamos aqui homenageá-los”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos. Ela também ressaltou o papel histórico da juventude na construção da democracia brasileira. “A juventude se fez presente na ditadura, no tsunami da educação. O presidente Lula tem compromisso com a juventude brasileira”.

A presidente da UNE, Manuella Mirella, também reforçou o caráter político do momento. “A UNE é uma grande prova de amor ao Brasil”, afirmou. “Queremos justiça que puna os golpistas do 8 de janeiro. Gritamos: cadeia para Bolsonaro e seus comparsas, sem anistia para quem ataca a democracia”, completou.

Estrutura de apoio e operação de retorno

O evento, que reúne milhares de jovens de todo o país, mobilizou uma estrutura emergencial de apoio psicológico. A UNE montou um comitê de crise e trouxe a Goiânia profissionais especializados em saúde mental e trauma para prestar assistência aos sobreviventes e às delegações impactadas pela tragédia.

O governo federal e o governo do Pará articularam uma operação conjunta para garantir o retorno imediato dos estudantes da comitiva que optarem por não permanecer em Goiânia. Aqueles que desejarem continuar no congresso terão apoio logístico e institucional.

Participaram da solenidade, além do presidente e da primeira-dama, os ministros Camilo Santana (Educação), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Margareth Menezes (Cultura). Também estiveram presentes os deputados federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni. Lula, ao subir ao palco, comentou o atraso na programação. “Já são duas horas da tarde e eu já deveria estar viajando para Juazeiro”, disse ao iniciar o seu discurso.

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