LEGISLATIVO

Equatorial: deputados voltam a criticar a distribuição de energia em Goiás

O presidente da empresa disse que a Equatorial encontrou em Goiás uma estrutura “extremamente degradada”

Alego retoma projeto que dá sigilo a PM envolvido em confronto. Foto - Reprodução / Alego)

Deputados goianos retomaram as críticas à distribuição de energia elétrica em Goiás nesta quarta-feira (28). O assunto voltou à pauta do plenário da Assembleia Legislativa após pronunciamento realizado pelo presidente da Equatorial, Lener Jayme, naquela manhã. Na oportunidade, Jayme reconheceu que a empresa não está pronta para enfrentar o período chuvoso e atribuiu as constantes quedas de energia à crescente demanda decorrente do calor em contraste com a rede de distribuição “totalmente degradada”.

Na Alego, o tema inicialmente foi levantado pelo deputado Cairo Salim (PSD), da base do governador Ronaldo Caiado (UB). Ele manifestou “descontentamento” com o serviço prestado pela empresa em Goiás, devido às “constantes quedas de energia”.

Cobranças

“No mandato passado, e eu fui o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, trabalhamos para tirar a Enel de Goiás. Agora estamos vendo mais uma vez a novela se repetir. Espero que a Equatorial coloque a mão no bolso e invista bilhões de reais… Não queremos nada menos que excelência”, cobrou.

Amauri Ribeiro (UB), também da base do governador Ronaldo Caiado (UB), chamou o trabalho da operadora de “desserviço” e disse haver falta de manutenção em toda parte, sobretudo na zona rural. Ele apresentou um vídeo com desabafo de um morador de Bom Jardim de Goiás.

“Quero pedir aos deputados para convocar a Equatorial para a Comissão de Direitos do Consumidor para prestar esclarecimentos. A empresa não vai conseguir, no período chuvoso, manter a estabilidade, principalmente na zona rural. Cabe a essa casa trazer toda a diretoria para prestar esclarecimentos”, disse.

O presidente da Assembleia, Bruno Peixoto (UB), engrossou o coro na cobrança sobre a melhoria no serviço prestado pela concessionária. “Temos que discutir, sim, a fiação subterrânea para que não tenhamos esses acontecimentos, que geram prejuízos enorme para toda a sociedade, seja no comércio e também queima de eletrodomésticos. Temos que agir e o poder Legislativo estará cobrando”, salientou.

Talles Barreto (UB), por outro lado, defendeu a Equatorial e salientou que há comprometimento de 28% da rede elétrica, o que é bem acima da média nacional, que é de 17%. “Temos que ter um pouco de paciência. O que está sendo feito pela empresa é de elogios, de atendimento, respeito ao consumidor. É uma rede que está ultrapassada e deve ser trocada. Isso não é feito do dia para a noite”, pontuou.

Concessionária: falta de investimentos deixou rede de distribuição “totalmente degradada”

O Mais Goiás mostrou que as quedas constantes de energia em Goiás são fruto de pelo menos 20 anos de falta de investimentos no setor no estado. A avaliação é da própria Equatorial, concessionária que explora a distribuição. A opinião também é compartilhada por especialistas consultados pelo Mais Goiás.

Quedas de energia

Na manhã de quarta-feira (27), o presidente da empresa, Lener Jayme, disse que a Equatorial encontrou em Goiás, desde que passou a operar no estado, uma estrutura “extremamente degradada”, justamente pela falta de investimentos.

Além disso, ele apontou aumento de praticamente 7% na carga de energia em todo o país em função da onda de calor. Em Goiás, algumas regiões superaram 16%, o que considera algo fora da curva, o que, com uma rede degradada, que sofre sobrecarga acaba gerando os “desarmes”, como são chamados as quedas de energia.