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Feirantes contestam modelo de alocação da Feira Hippie após reforma

A Prefeitura de Goiânia estabeleceu, em decreto datado de 27 de abril, um grupo de…

Goiás trabalha para tornar Feira Hippie e Cavalhadas Patrimônio Cultural do Estado
Goiás trabalha para tornar Feira Hippie e Cavalhadas Patrimônio Cultural do Estado (Foto: Jucimar Sousa - Mais Goiás)

A Prefeitura de Goiânia estabeleceu, em decreto datado de 27 de abril, um grupo de trabalho, formado por representantes de diversas entidades, para avaliar ocupação da Praça do Trabalhador pela Feira Hippie e Feira da Madrugada. O local passa por reformas e deve ser entregue no segundo semestre deste ano.

Além do Ministério Público do Estado de Goiás e de membros da própria prefeitura, o decreto estabelece que as discussões devem passar por representantes de feirantes, de Associação da 44, da Câmara Municipal, entre outros. No entanto, há embate entre as duas associações ligadas aos trabalhadores da Feira Hippie, que também divergem da proposta do Paço Municipal para nova ocupação do espaço.

A princípio, a Prefeitura quer que a Feira Hippie seja realizada aos sábados e domingos, e a Feira da Madrugada às quartas e quintas. Há discordância pelos feirantes não somente dos dias, mas também da quantidade de bancas a serem instaladas no local.

Espaço

O presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, Valdivino da Silva, aponta que a entidade realizou um cadastro em 2017 o qual apontou que 5,7 mil trabalhadores compõe a feira especial. Ele diz que haverá um “enxugamento”, mas que o local possibilita a acomodação de pelo menos 5,3 mil bancas.

Além disso, os feirantes reforçam a necessidade de ampliação da feira para as sextas-feiras, diferente da proposta do Paço. “Sem o levantamento já realizado por nós, que fizemos o trabalho que seria da Prefeitura, haverá bagunça. Fizemos o cadastro indo de banca por banca, levantando não somente nome e sobrenome, mas local das bancas”, aponta.

Valdivino ainda contesta a inclusão no Grupo de Trabalho de um grupo chamado Associação Luta pela Feira Hippie, que segundo ele não têm associados e/ou representatividade.

Sem definição

A prefeitura, por outro lado, diz que ainda não há nenhum tipo de definição. Por meio de nota, a Secretaria de Desenvolvimento Economia Criativa (Sedec), diz que não há definições sobre o número de feirantes, tamanho de bancas e novo formato da Feira Hippie. Para essas definições, o Município instituiu, por meio da decreto 2.580 de 26 de abril de 2021, a criação de um grupo de trabalho para tratar das mudanças e alocação das feiras Hippie e da Madrugada para a Praça do Trabalhador, localizada entre a Rua 44, Viela da Rua 44, Avenida Leste Oeste e Avenida Goiás, Setor Norte Ferroviário.

“O grupo que será coordenado pela Sedec com a participação dos feirantes, deverá promover e definir sobre o cadastro de regularidade, autorizações, legislação e normas vigentes relativas às feiras especiais Hippie e Madrugada, além de trabalhar no sentido de determinar sobre os novos dias e horários de montagem, desmontagem e funcionamento, aprovação de modelos padronizados de bancas, além de estabelecer a forma e critérios de alocação e localização das mesmas”, aponta a nota.

A comissão do grupo de trabalho ficará da seguinte forma:

  • 4 representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
  • 1 representante Secretaria Municipal de Governo
  • 3 representantes da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação
  • 1 representante da Procuradoria-Geral do Município
  • 1 representante da Agência da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia
  • 1 representante da Secretaria Municipal de Mobilidade
  • 1 representante do Ministério Público do Estado de Goiás
  • 2 representantes da Câmara Municipal de Goiânia
  • 1 representante da Associação dos Feirantes da Feira Hippie e Liga dos Amigos da Praça do Trabalhador
  • 1 representante da Associação Luta pela Feira Hippie
  • 1 representante da Associação Goiânia dos Montadores de Bancas
  • 1 representante da Associação da Feira Especial da Rua 44
  • 1 representante da União dos Camelôs e Ambulantes da Região da 44
  • 1 representante da Associação Empresarial da Região da 44
  • 1 representante da empresa responsável pela administração/gestão do Terminal Rodoviário de Goiânia