Eleições 2018

Filiado ao PT, Mateus Ferreira irá disputar as eleições deste ano

A vida do estudante Mateus Ferreira está prestes a mudar novamente. Depois de ficar conhecido…

A vida do estudante Mateus Ferreira está prestes a mudar novamente. Depois de ficar conhecido em todo o país ao sofrer uma agressão de um policial militar durante um protesto em abril do ano passado em Goiânia e passar por uma longa recuperação, agora ele se prepara para encarar um novo desafio: a atuação político-partidária.

O estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) se filiou ao PT na última sexta-feira (9) com um projeto claro para 2018: disputar o cargo de deputado estadual nestas eleições. Aos 33 anos, Mateus diz que decidiu entrar no pleito para defender a juventude, lutar pelo acesso à educação e combater a violência. “A gente tem que incluir esse jovem e combater essa questão da violência, que está matando”, frisa.

A proposta do petista é criar oportunidades – na educação e no incentivo ao primeiro emprego – para que o jovem não caia no mundo da marginalidade. Além disso, ele defende uma atuação mais forte do Estado nos serviços básicos à população. “Temos uma violência simbólica muito grande, quando deixamos de oferecer serviço de saúde para as pessoas mais pobres”, lembra.

Mateus também relata que seu desejo é prestar serviços para uma comunidade que o acolheu quando ele mais precisou. “Eu penso que se eu estou aqui hoje é pela solidariedade das pessoas. As pessoas de Goiás que se prontificaram, que compartilharam as coisas, que fizeram vaquinha para que meus pais viessem para cá, os professores que ajudaram também. Então essa solidariedade que eu recebi aqui foi muito forte, eu acho que eu devo uma coisa para o povo de Goiás e nada mais justo do que eu participar da política e poder fazer alguma coisa”.

Trajetória política

A participação de Mateus em movimentos sociais começou em 2013, durante os protestos contra o aumento da passagem de ônibus, quando ele ainda residia em São Paulo. Foi nesse momento que ele começou a se interessar mais por política e decidiu fazer o Enem para cursar Ciências Sociais. Das opções em que foi selecionado, o petista acabou escolhendo Goiânia pelo potencial tecnológico da capital. “Eu queria continuar a trabalhar na minha área”, diz o ex-técnico em sistemas de informação.

Em Goiânia, Mateus se envolveu cada vez mais nos movimentos estudantis até 28 de abril de 2017, dia em que, durante uma manifestação no Centro de Goiânia, recebeu um golpe de cassetete no rosto desferido pelo capitão da Polícia Militar Augusto Sampaio. Ele ficou com diversas fraturas, permaneceu por 14 dias internado no hospital e fez várias cirurgias.

Depois da agressão, Mateus continuou no movimento estudantil e tem investido na academia. Hoje é um dos gestores do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFG, escreve artigos para revistas digitais e atua na monitoria do curso.

“Acho que tem que ter coragem, sim! Não tenho vergonha de ser petista”

A crise institucional do Partido dos Trabalhadores não assusta o neófito Mateus Ferreira. O estudante reconhece que a sigla “acabou errando” em alguns pontos, mas ainda assim ele acredita que é o único partido que pode, de fato, proporcionar uma mudança social no país.

“A história não se faz em um ano. O PT é um partido que tem 38 anos, que tem ligação com movimentos sociais, que tem as suas raízes no povo, e é um partido que fez muito pela sociedade, que pela primeira vez, de verdade, olhou para os pobres”, destaca Mateus.

O estudante diz que se identifica pelas bandeiras defendidas pela sigla e que não tem vergonha de ser petista. “O PT é o partido que ainda nos permite sonhar e é o que tem mais força hoje para realizar as mudanças que são necessárias”, afirma.

Quando questionado sobre as dificuldades e críticas que ele deve enfrentar durante o pleito, o estudante ri. Ele comenta, em seguida, que não tem problema, que ele já está preparado para tudo. “Quando eu estava no hospital me recuperando eu sabia que se eu saísse de lá bem e vivo, que seria possível eu fazer qualquer coisa”, garante.