Lula estuda nomear Boulos em ministério; petistas reagem mal
Se Lula bater o martelo e indicar Boulos, PT entende que perderá espaço no governo. Ala minoritária do PSol também reclama

O deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que foi candidato a prefeito de São Paulo em 2024, é cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência na reforma ministerial que o presidente Lula começou a executar em fevereiro, com a substituição de Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde.
Assim que o nome de Boulos começou a circular nos bastidores, alas do PT e do próprio PSol reagiram mal à notícia. No PSol o incômodo vem de uma ala minotária que é contra a aproximação do partido com o PT, embora as duas legendas tenham caminhado juntas na eleição de 2022 contra Jair Bolsonaro.
Já no PT, o problema é o receio em perder espaço no governo. Os petistas gostam do deputado e entendem que a aliança funcionou bem na disputa pela prefeitura de São Paulo, mas não gostariam de perder o ministério.
Petistas argumentam que o PSol, hoje com Sônia Guajajara no Ministério dos Povos Indígenas, já tem uma pasta acima do tamanho da sigla na Câmara. Outro ponto é que o partido tem uma ala radical que não está 100% com o governo.
Boulos também teria outro ponto negativo: seria candidato a algum cargo em 2026 e teria que largar o ministério para disputar as eleições. O psolista é cotado para ser o candidato da esquerda ao governo de São Paulo. Alexandre Padilha, por exemplo, topou abrir mão da candidatura para assumir o Ministério da Saúde.