Márcio França vira alvo de ação da polícia e Lula sai em defesa de ex-governador de SP
"Nossa constituição é clara sobre a presunção de inocência"
Depois do ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), virar um dos alvos de uma operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (5), o ex-presidente Lula (PT) citou a Constituição e declarou solidariedade ao político.
“Nossa constituição é clara sobre a presunção de inocência. Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais. Minha solidariedade para Márcio França”, escreveu no Twitter.
Nossa constituição é clara sobre a presunção de inocência. Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais. Minha solidariedade para @marciofrancasp
— Lula (@LulaOficial) January 5, 2022
O PT tem conversas avançadas com o PSB para uma aliança para este ano no cenário nacional. Contudo, esta não é a primeira vez que o ex-presidente se posiciona contra operações.
Em dezembro, Lula saiu em defesa do pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) após ele e o irmão, o senador Cid Gomes (PDT), serem alvos de busca e apreensão da Polícia Federal. À época, o petista chamou a ação de “sem necessidade” e afirmou que os pedestistas têm “trajetória de vida idônea”.
Operação contra França
Ao todo, a polícia cumpriu 34 mandados de busca e apreensão nas regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas, capital paulista e Presidente Prudente. Cláudio França, irmão do ex-governador, também é um dos alvos.
Mais um etapa da operação Raio-X, ação investiga crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Controladoria Geral do Estado e a Polícia Civil acreditam que cerca de R$ 500 milhões foram desviados dos cofres públicos.
França, vale citar, é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo em 2022. Ele emitiu uma nota sobre a operação que chamou de “política”.
Nota de Márcio França na íntegra:
“Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política.
Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas “autoridades”, com “medo de perder as eleições”, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa.
Toda operação policial tem nome!
Essa é uma operação política e não policial.
Ela é, evidentemente, de cunho político eleitoral.
Não tenho ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação.
É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político.
Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP. Se depender de mim, não vão conseguir.
Eu não sou alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde.
Tenho 40 anos de vida pública, não respondo a nenhum processo criminal.
Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser.
Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado.
Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar.”