Michelle Bolsonaro estava de pijama quando PF chegou, diz Damares
"Não havia necessidade de gerar tamanho constrangimento, ao entrarem na casa fortemente armados, com a dona de casa estando de pijama"
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) estava de pijama quando a Polícia Federal (PF) chegou à casa dela e de Bolsonaro (PL), nesta manhã de sexta-feira (18), para cumprir mandado de busca e apreensão. Segundo a também ex-ministra dos Direitos Humanos, a operação causou “constrangimento” à esposa do ex-presidente.
“Hoje eu vi a humilhação (…). Não havia necessidade de gerar tamanho constrangimento, ao entrarem na casa fortemente armados, com a dona de casa estando de pijama. Espero que essas imagens não vazem, viu, Supremo?”, disse Damares em coletiva de imprensa. Ela ainda enalteceu a postura de Michelle e afirmou que “hoje vimos o nascimento da maior liderança conservadora do país, que irá nos guiar a partir de agora”.
Michelle, por sua vez, compartilhou um versículo bíblico após a operação, mas não comentou a ação. Além de busca e apreensão na casa do casal, no Jardim Botânico, em Brasília (DF), a PF também esteve no escritório de Bolsonaro no PL, na capital federal. Nos endereços foram apreendidos, entre outras coisas, um celular e um pendrive (no banheiro da sede do partido).
A ação foi pedida pela PF e teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). A demanda foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou restrições ao ex-presidente, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento em casa de 19h às 7h, proibição do uso de redes sociais e de ter contato com diplomatas estrangeiros e também com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – atualmente nos Estados Unidos e apontado como um dos articuladores de medidas de retaliação contra autoridades brasileiras pelo presidente Donaldo Trump -, além da aproximação às embaixadas.
Segundo a Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem adotado condutas que configuram coação no curso do processo, obstrução da Justiça e atentado contra a soberania nacional. As investigações indicam que ele estaria agindo para dificultar o andamento do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado. Existia, também, desconfiança de uma possível fuga.
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