REPRESENTATIVIDADE BAIXA

Mulheres só são maioria entre os vereadores eleitos em duas cidades goianas

Goiás possui 2.409.338 eleitoras contra 2.196.774 eleitores. Ainda assim, somente duas cidades terão Câmaras Municipais…

Com maioria de eleitoras, Goiás só tem duas Câmaras que elegeram mais mulheres que homens
Com maioria de eleitoras, Goiás só tem duas Câmaras que elegeram mais mulheres que homens

Goiás possui 2.409.338 eleitoras contra 2.196.774 eleitores. Ainda assim, somente duas cidades terão Câmaras Municipais com maioria feminina: Alto Horizonte, com cinco das nove vagas; e Vila Boa, com o mesmo número.  Eleita com maior número de votos em Alto Horizonte, Marly Laurindo (PSD) adorou o resultado. “Acho que daqui a quatro anos, inclusive, podemos ter uma prefeita”, disse otimista.

Ela afirma que, no município, as mulheres são muito trabalhadoras e se destacam. “São boas para resolver as coisas”, diz ao lembrar que teve quatro colegas eleitas com ela: Jonaires Inácia (PSD), Rosana Rodrigues (PSD), Jocilene Fernandes (PSDB) e Jeane Reis (Solidariedade).

Além do baixo número de cidades com supremacia feminina em Casas de Leis, 44 municípios goianos ficaram sem nenhuma mulher, como Abadia de Goiás, Caldas Novas e Planaltina, segundo levantamento de O Popular. Em todo o Estado, de 2.515 vereadores eleitos, somente 369 foram mulheres. No total, foram 23.142 candidatos ao parlamento para 2.516 vagas. Destes, 8.409 foram mulheres, segundo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Marly acredita que as mulheres precisam ingressar mais no política e mostrar mais serviço. “Eleição depende muito do candidato. Não sei se as outras representavam bem. Aqui elas são muito trabalhadoras”, afirma.

Marly Laurindo (Foto: Arquivo Pessoal)

Goiânia

A capital, por sua vez, elegeu cinco em um universo de 35 parlamentares: Lucíula do Recanto (PSD), Sabrina Garcez (PSD), Gabriela Rodart (DC), Léia Klebia (PSC) e Aava Santiago (PSDB). “Nós mantivemos o percentual da última legislatura”, afirma Sabrina.

Ela acredita que a falta de prioridade dos partidos em ter mulheres com candidatura competitiva prejudica essa maior representatividade. “O PSD levou com prioridade as três principais candidaturas [que inclui Priscilla Tejota, que ficou na suplência]”, expõe.

Para ela, a distribuição do fundo também precisa ser levada em conta. Muitos partidos, ela declara, não encaram essa questão com responsabilidade. “Além disso, nós, que já estamos dentro, precisamos fomentar que mais mulheres entrem, por meio de iniciativas”, conclui.

Sabrina Garcez | Foto: Reprodução

Saiu do zero

Aparecida de Goiânia, por exemplo, saiu de nenhuma vereadora para duas, neste pleito. O número, apesar de baixo – a Casa possui 25 cadeiras –, é inédito.

Um delas é a ex-secretária de Educação, Valéria Pettersen (MDB), que teve 2.523 votos. Do grupo do prefeito reeleito Gustavo Mendanha (MDB), Pettersen é a quarta mulher eleita da história na cidade. A quinta foi Camila Rosa (PSD), que garantiu a entrada no parlamento com 2.378. Esta é a primeira vez que o legislativo aparecidense terá duas vereadoras ao mesmo tempo.

As três primeiras mulheres eleitas à Câmara da cidade foram: Romilda Neta de Medeiros, eleita em 1982; Berenice Medeiros Bittencourt, em 1988; e Cybelle Silva Tristão nas eleições de 2012. Destaca-se, contudo, que em outras três ocasiões, tiveram representantes femininas, mas que ascenderam por meio de suplência. São elas: Arcenia Geralda Pereira Messaro, na legislatura de 1967 a 1971; Diva do Cais, de 2009 a 2012; e Leiliane Rosa, de 2013 a 2016. O número é baixo considerando os 54 anos de existência da Casa de Leis, que hoje conta com 25 vereadores – dez a menos que a capital.