O jogo de perde-ganha da reaproximação de Caiado e Bolsonaro

Baixada a poeira da estridente passagem de Jair Bolsonaro (PL) por Goiânia, na quinta e sexta-feiras passadas, já é possível avaliar as perdas e ganhos do ex-presidente e do governador Ronaldo Caiado com a reaproximação.

Bolsonaro ganhou mais. Conseguiu palanque, holofote e microfone na mídia local e nacional para discursar. O capitão quebra também o isolamento político que enfrenta desde que deixou a presidência. E aparece ao lado de um governador bem avaliado. Tudo isso, num momento em que está debaixo de fogo cruzado na Justiça, na Polícia Federal e na imprensa.

Para Caiado, o saldo se divide em pontos negativos e positivos. De bom, a oportunidade de se reconciliar com o eleitorado bolsonarista e a declaração simpática do ex-presidente sobre uma possível candidatura do goiano à presidência da República.

No lado negativo, aparição ao lado de um político muito desgastado, embora ainda muito forte, podendo ser associado ao negacionismo, golpismo, posição antivacina e extremismo, tudo que o governador não é. Além disso, Bolsonaro tem grande rejeição no STF e na imprensa de modo geral. Certamente, Caiado pesou na balança antes de concretizar o encontro.

Resta saber quais serão os efeitos a longo prazo.