ATUAÇÃO

Oposição ao prefeito de Iporá, acusado de atirar contra a ex, foca no impeachment e articula 2024

Comissão Processante que investiga o gestor tem 90 dias para analisar se houve quebra de decoro

Oposição ao prefeito de Iporá, acusado de atirar contra a ex, foca no impeachment e articula 2024 (Foto: Reprodução - Instagram)

O vereador Moisés Victor Silva (Republicanos) é um dos principais nomes da oposição do prefeito Naçoitan Leite (sem partido) na Câmara Municipal de Iporá. Autor do pedido de impeachment contra o gestor, acusado de invadir a casa da ex-esposa e atirar contra o quarto em que ela estava com o namorado, no sábado (18), ele afirma que o impedimento é o principal foco dos opositores, neste momento, mas assume ser pré-candidato à prefeitura, em 2024.

De acordo com Moisés, a Casa também tem como opositoras as vareadoras Viviane Leão (PT) e Heb Keller (Republicanos). Questionado se o grupo se organiza para o ano que vem, ele diz que a oposição tem várias pessoas e nomes [fora da Casa], mas não detalha. Para ele, contudo, é quase impossível Naçoitan fazer sucessor – o prefeito, que foi preso após se entregar, nesta quinta-feira (23), está em segundo mandato.

Em relação ao impeachment, a Comissão Processante foi instalada nesta semana. Segundo o vereador, o próximo passo é expedir a intimação de Naçoitan, o que deve ocorrer nos próximos cinco dias. “Depois disso, o prefeito tem dez dias para a defesa.” Os trabalhos do colegiado para apurar se houve quebra de decoro do chefe do Executivo podem durar até 90 dias.

Ao Mais Goiás, Moisés explica que o grupo funciona como uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Os integrantes são: Heb Keller como presidente; Roni Costa (União Brasil), o relator; e Rangel Pimenta (PRB) como membro. O propositor disse não poder participar por ser o denunciante.

Caso

Naçoitan Leite se entregou nesta quinta-feira e está preso. Ele é acusado de invadir a casa da ex-esposa atirar contra o quarto em que ela estava com o namorado atual, no último dia 18 de novembro. Em depoimento à Polícia Civil, o prefeito admitiu ter misturado bebida alcóolica e remédios na noite do dia 17.

Ao delegado regional de Iporá, Ramon Queiroz, Naçoitan revelou que consumiu álcool durante as comemorações pelo aniversário do município. “Ele nos relatou que quando acordou no dia seguinte, após dormir dentro de sua camionete, teve alguns ‘flashes’, onde se lembrava de ter ido à casa da ex mulher, mas que não se recordava do que havia feito lá. Questionado sobre esse apagão na memória, ele disse acreditar que deve ter sido porque está tomando alguns remédios fortes, que misturou com bebida alcoólica”, descreveu o policial.

Polícia procura por segunda arma que teria sido usada pelo prefeito no atentado

O prefeito também confessou ter ido no sábado pela manhã à casa da ex-mulher para buscar um aparelho de gravação de imagens de segurança, mas que não se lembra o que fez com ele. Ao se apresentar à polícia, Naçoitan entregou a pistola que usou para disparar na casa da mulher e disse que não se recordava de estar com outra arma.

O delegado, porém, disse que a Polícia Técnico Científica já confirmou que duas armas, de diferentes calibres, foram usadas no atentado, e que está trabalhando para tentar localizá-la.

Após prestar depoimento, o político, que teve um mandado de prisão preventiva expedido no sábado passado, foi encaminhado para a Unidade Prisional de Iporá, onde permanecerá recolhido até o final da tarde de hoje, quando deverá passar pela Audiência de Custódio. A defesa de Naçoitan afirmou que tentará um novo Habeas Corpus para ele, já que os dois já impetrados durante a semana, foram negados.