ELEIÇÕES

Para aliados de Tarcísio, indicação de Flávio Bolsonaro à presidência ‘não une’ e pode não ser definitiva

Mais cedo, líderes confirmaram que o senador recebeu aval do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para concorrer ao Planalto em 2026

Para aliados de Tarcísio, indicação de Flávio Bolsonaro à presidência 'não une' e pode não ser definitiva (Foto: Instagram)
Para aliados de Tarcísio, indicação de Flávio Bolsonaro à presidência 'não une' e pode não ser definitiva (Foto: Instagram)

(O Globo) A indicação de Flávio Bolsonaro (PL) feita pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como candidato da direta à presidência nas eleições do ano que vem é vista com ressalvas entre aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), até então o principal cotado para representar o campo conservador no pleito.

Para um cacique do MDB ouvido pelo GLOBO, a informação deve ser analisada com cautela e não como decisão final. Para ele, a escolha de Flávio pode ser uma estratégia para manter o nome da família Bolsonaro no jogo da definição da chapa de 2026.

Para o presidente de outro partido do Centrão, também ouvido sob reserva, a notícia é “péssima”, pois o senador Flávio Bolsonaro, além de “não ganhar a eleição, não une o centro” político.

O aliado de Tarcísio concorda que o aval de Bolsonaro a Flávio pode não ser definitivo, pois a “política é dinâmica”. Nessa argumentação, o anúncio seria um “balão de ensaio” para a família do ex-presidente marcar território.

É o mesmo entendimento de um secretário de Tarcísio no governo estadual, que afirmou ter tomado conhecimento do “ok” de Bolsonaro ao filho, mas acredita que o movimento seja mais de “manobras por espaços”.

Centrão neutro

Segundo apurou o GLOBO, há um entendimento que Flávio não terá o apoio de partidos de centro, como União Brasil, PP, Republicanos e PSD, já que a avaliação predominante nessas legendas é de uma rejeição a qualquer candidatura que tenha o sobrenome Bolsonaro.

Um presidente de um desses partidos diz, em condição de anonimato, que a candidatura de Flávio não deixa muitas alternativas para os partidos de centro, e que agora o caminho mais provável é que alguns desses partidos fiquem neutros na eleição presidencial e foquem em fazer um grande número de deputados federais e senadores.

As legendas desejavam construir um acordo para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fosse o candidato ao Palácio do Planalto, mas agora tendem a abandonar essa ideia porque consideram quase impossível que Tarcísio se candidate sem o apoio do ex-presidente, de quem ele foi ministro e deve boa parte de seu capital político.