Operação Redenção

Polícia investiga participação de vereador e funcionários de presídio em esquema de fuga em Luziânia

A 5ª Delegacia de Polícia Civil de Luziânia (GO), Entorno do Distrito Federal, investiga um…

Vereador Christovam Machado não retornou à Câmara após investigação da Polícia Civil
Vereador Christovam Machado não retornou à Câmara após investigação da Polícia Civil

A 5ª Delegacia de Polícia Civil de Luziânia (GO), Entorno do Distrito Federal, investiga um esquema de fugas remuneradas por presos na Casa de Prisão Provisória (CPP) com auxílio de funcionários da casa. A Operação batizada de “Redenção” prendeu um agente prisional e um funcionário da prefeitura cedido à CPP, na terça-feira (24). Vereador do município de Novo Gama (GO), Christovam Machado (SD), que atuava como agente prisional temporário na cidade, e um ex-diretor regional do sistema prisional, junto com os dois presos, supostamente operavam um esquema remunerado pelos detentos para terem fugas facilitadas. Ambos são considerados foragidos.

O delegado responsável pelo caso, Rafael Abrão, explicou que a investigação começou com a fuga de Rodolfo Lima, que foi encarregado de trabalhar na pintura da área externa da unidade prisional. Ele ainda não foi recapturado e os supostos pagamentos feitos por ele para ter a fuga facilitada ainda estão sob apuração. Em 30 de julho passado, o Sindicato dos Agentes Prisionais de Goiás emitiu um alerta sobre a possibilidade de fuga de Rodolfo Lima. Ao G1 Goiás, o sindicato afirmou que não existia histórico de trabalho como pintor por parte do detento.

Á época, o detento Rodolfo de Lima Pereira fugiu pela porta da frente da CPP, em agosto

Á época, o detento Rodolfo de Lima Pereira fugiu pela porta da frente da CPP, em agosto (Foto: divulgação/DGAP)

A Polícia não divulgou os nomes dos demais investigados. Em contato com a CPP na manhã de quarta-feira (25), agentes confirmaram que Rodolfo não retornou ao presídio e não foi registrada nenhuma outra fuga. Entretanto, o delegado investiga a existência de outros planos do grupo, casos que ainda não foram qualificados.

“A Polícia Civil trabalha com a hipótese que o vereador e o ex-diretor prisional vão se entregar em breve ou que a defesa deles nos procure para negociar a rendição”, disse Abrão. Assim que a investigação começou, o vereador pediu desligamento do cargo de agente prisional e retornou à Câmara Municipal de Novo Gama, onde foi buscado pela polícia, mas sem sucesso.

O Mais Goiás entrou em contato com o gabinete do vereador Christovam Machado e foi informado pela assessoria do parlamentar que ele mantém reuniões frequentes com advogados, mas não apareceu mais na Câmara Municipal. “Nem nós do gabinete estamos conseguindo falar com ele”, disse o assessor Ricardo Clemente. “Assim que ele provar a inocência, tenho certeza que vai procurar a imprensa para entrevistas”.