‘População pagará a conta’, diz deputado goiano sobre aumento de parlamentares
Dos 15 congressistas de Goiás que votaram, sete foram contrários
Apesar da maioria da bancada goiana ser favorável, o deputado federal Ismael Alexandre foi um dos que votou contra o projeto de lei complementar que aumenta o número de parlamentares da Câmara de 513 para 531. São 18 a mais divididos em nove Estados, entre eles Goiás. Para ele, trata-se de “um projeto ruim e a população pagará a conta”.
Dados da Direção-Geral da Câmara são de que a criação de 18 novas vagas de deputados federais pode gerar um impacto de aproximadamente R$ 64,6 milhões por ano aos cofres públicos. “O STF mandou adequar à proporcionalidade da população de cada Estado e não aumentar. De forma que alguns Estados ganhariam vaga e outros perderiam, por terem diminuído a população. Os que perderiam cadeiras não queriam perder, por isso o projeto para manter o desses e aumentar de quem precisa aumentar, realmente. Isso vai gerar mais despesa fixa para o Brasil, que já está com dificuldades fiscais. Por isso votei contra.”
Dos 15 deputados goianos que votaram no projeto, sete foram contrários. Adriana Accorsi também se posicionou desfavorável à medida. “O projeto que redistribuía eu era a favor, mas o que o relator apresentou que criou mais vagas votei contra”, também justificou. O texto foi colocado após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar que a Casa revise, até 30 de junho, o número de parlamentares por Estado. A determinação ocorreu devido ao último censo demográfico, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.
Apesar de alguns Estados terem diminuído a população, como o Rio de Janeiro (perderia quatro parlamentares), os deputados querem manter as bancadas e só aumentar onde seria possível. O texto é de autoria da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ). O projeto passou por 270 votos a 207 (uma abstenção) e segue para o Senado.
Goiás
Caso a lei passe a valer, Goiás ganhará um deputado, indo a 18 parlamentares. Os Estados que mais ganharão cadeiras na Câmara são o Pará e Santa Catarina, com quatro cada. O primeiro iria de 17 para 21, enquanto o segundo de 16 para 20.
Outros entes federativos beneficiados com medida são: Amazonas (de oito para dez); Mato Grosso (de oito para dez); Rio Grande do Norte (de oito para dez); Ceará (de 22 para 23); Minas Gerais (de 53 para 54); Paraná (de 30 para 31) e Goiás.
Como votaram os deputados federais por Goiás
- Adriano do Baldy (PP) – Sim
- Célio Silveira (MDB) – Sim
- Flávia Morais (PDT) – Sim
- Glaustin da Fokus (Podemos) – Sim
- Jeferson Rodrigues (Republicanos) – Sim
- José Nelto (União Brasil) – Sim
- Lêda Borges (PSDB) – Sim
- Marussa Boldrin (MDB) – Sim
- Daniel Agrobom (PL) – Não
- Delegada Adriana Accorsi (PT) – Não
- Dr. Ismael Alexandrino (PSD) – Não
- Gustavo Gayer (PL) – Não
- Magda Mofatto (PRD) – Não
- Professor Alcides (PL) – Não
- Silvye Alves (União Brasil) – Não
Zacharias Calil (União Brasil) e Rubens Otoni (PT) não votaram.