REAÇÃO

‘Posto o que eu quiser’, diz Flávio Bolsonaro sobre vídeo que fez o pai ser preso

No vídeo publicado por Flávio, Bolsonaro saúda bolsonaristas de Copacabana. Momentos depois, a gravação foi apagada.

Senador Flávio Bolsonaro (Foto: Instagram/Reprodução)
Senador Flávio Bolsonaro (Foto: Instagram/Reprodução)

Em entrevista à rede CNN, o senador Flávio Bolsonaro questionou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro com base em um vídeo que ele, Flávio, postou nas redes sociais. O vídeo, segundo Moraes, foi uma das razões do despacho, mas não a única. “Eu não faço parte do processo, posso postar aquilo que eu quiser”, afirma.

“Eu não faço parte do processo, posso postar aquilo que eu quiser, não tenho restrição nenhuma. Como ele tá fazendo só uma saudação, não vi problema nenhum. Os advogados também não viram problema. Não fui só eu que publiquei, é um vídeo público nas redes sociais. Fico muito triste, é uma decisão sem pé nem cabeça”, disse Flávio.

No vídeo, Bolsonaro cumprimentava os manifestantes, desejando-lhes uma ótima tarde e enviando um abraço, além de afirmar que estavam juntos “pela nossa liberdade”.

O senador também condenou o fato de o ministro ter proibido o pai de receber visitas. “Soube pela imprensa, ainda não li a decisão. Estendeu a terceiros a decisão para você ver o nível de perseguição”.

Flávio Bolsonaro criticou ainda o fato de dois ministros indicados por Lula, Flávio Dino e Cristiano Zanin, fazerem parte da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que julga os processos nos quais Bolsonaro é réu.

“Vocês não vão destruir o bolsonarismo. quanto mais perseguirem Bolsonaro, mais a população se sensibiliza. Todos sabemos que ele não deveria estar passando por isso. Alexandre não faz isso com miliciano, com traficante, mas faz com Bolsonaro. Só vai fortalecer mais, e nos dar mais motivação pra defender o legado de honestidade e liberdade e ele começou”.

Sobre a prisão domiciliar

O despacho do ministro Alexandre de Moraes que resultou na prisão domiciliar de Bolsonaro tem 25 páginas, das quais 11 reúnem evidências sobre momentos em que o ex-presidente descumpriu medidas cautelares impostas pelo STF – sobretudo a de não usar redes sociais próprias ou de terceiros.

A maioria das evidências são de notícias jornalísticas (uma delas mostra o deputado federal Nikolas Ferreira exibindo Bolsonaro, em flagrante desrespeito ao Supremo) e de postagens dos filhos do ex-presidente, comprovando que houve uma ação coordenada da família durante os atos bolsonaristas do último domingo.

Além de prender Bolsonaro em prisão domiciliar, Moraes também o proibiu de usar aparelhos de telefone celular e de receber visitas. Também reiterou a proibição de usar redes sociais próprias ou de terceiros.

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Leia o despacho na íntegra