AÇÃO

Prefeito de Caldas Novas está na mira do MP por descumprir acordo após caso de nepotismo

Em 31 de dezembro, órgão apurava a nomeação da sobrinha, parente dele em terceiro grau, para o cargo de diretora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres

Prefeito de Caldas Novas está na mira do MP por descumprir acordo após caso de nepotismo
Prefeito de Caldas Novas está na mira do MP por descumprir acordo após caso de nepotismo (Foto: Prefeitura de Caldas Novas)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) propôs, nesta semana, ação de execução de título executivo judicial contra o prefeito de Caldas Novas, Kleber Luiz Marra (MDB), por descumprimento de acordo de não persecução cível (ANPC) firmado em 31 de janeiro deste ano em caso de nepotismo. À época, o órgão apurava o caso da nomeação da sobrinha, parente dele em terceiro grau, para o cargo de diretora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) do município.

Ao Mais Goiás, a assessoria do prefeito informou que ele irá se pronunciar nos autos assim que for intimado, o que ainda não ocorreu. Enfatiza, contudo, que não concorda com a afirmativa de descumprimento do acordo de não persecução cível.

A ação do MP foi proposta pelo promotor de Justiça Wessel Teles de Oliveira, titular da 5ª Promotoria de Justiça da comarca. Segundo o órgão, o inquérito civil que apura o ato de improbidade também será retomado. O órgão reforça que o caso da sobrinha do prefeito é vedado pela legislação e pelos entendimentos consolidados dos tribunais.

Acordo

No ANPC, Marra se comprometeu a pagar multa civil de R$ 27.417, parcelada em dez vezes de R$ 2.741,70. O MP afirma que, mesmo após notificações formais, Marra quitou apenas seis parcelas, todas atrasadas, e nenhum novo pagamento ocorreu desde o último mês de setembro. O valor quitado foi de R$ 16.450,20.

Devido a isso, ocorreu o vencimento antecipado das parcelas restantes, conforme previsto na Cláusula 14ª do acordo. Agora, soma-se ao saldo principal de R$ 10.966,80 a multa de 20% pelo descumprimento (R$ 2.193,36), juros de mora de 1% ao mês e atualização monetária pela taxa Selic, totalizando R$ 13.379,50 em 3 de dezembro de 2025. A situação motivou o pedido de execução judicial.

Em caso de não pagamento, o MP pede a identificação e bloqueio de bens móveis e imóveis. Além disso, como mencionado, o Ministério Público também ajuizou uma ação civil pública para responsabilizá-lo pelo ato de improbidade administrativa decorrente do nepotismo.