SEM ACORDO

“Presidência da Câmara é inegociável”, diz Motta sobre anistia após motim bolsonarista

"Presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas"

Polícia de Motta comete violência contra jornalistas desde agosto, diz site
Polícia de Motta comete violência contra jornalistas desde agosto, diz site (Foto: Marina Ramos - Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), disse nesta quinta-feira (7), que “presidência da Câmara é inegociável”. Para jornalistas na entrada da Casa de Leis, quase um dia após o motim bolsonarista que obstruiu o parlamento e exigia anistia aos envolvidos do 8 de Janeiro e outras pautas, ele afirmou que “as matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta”.

Motta ainda afirmou que “o presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”. Com isso, ficou claro que o deputado não fechou acordo com a oposição bolsonarista para pautar o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.

Os deputados ligados a Bolsonaro (PL) obstruíram os trabalhos na Câmara por cerca de 30 horas, em reação à prisão domiciliar do ex-presidente. A articulação para a liberação contou com a participação do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) junto aos líderes. Motta disse que a atuação do antecessor foi “natural”. “É natural que todos possam colaborar em momentos como aquele que nós vivemos nos últimos dias. Foi uma tensão que, acredito eu, a Casa não viveu na sua história recente. Então, é natural que todos possam se juntar e sempre buscando, através do diálogo, resolver”, declarou.

No Senado, congressistas também interromperam os trabalhos no período e exigiram que o presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pautasse o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Após os atos, ele endureceu e afirmou que não pautaria a medida, mesmo que juntassem 81 assinaturas.