EDUCAÇÃO

Professores e estudantes realizam protesto por revogação do Novo Ensino Médio, em Goiânia

O modelo prevê que o ensino médio seja organizado em duas partes. No entanto, professores e estudantes dizem que esvazia currículos

"Um passo de cada vez", comemora sindicato após suspensão do Novo Ensino Médio
"Um passo de cada vez", comemora sindicato após suspensão do Novo Ensino Médio (Foto: Agência Brasília)

Grupos de professores e estudantes realizam protesto a favor da revogação do Novo Ensino Médio, nesta quarta-feira (15), na Praça Universitária, em Goiânia. Os organizadores apontam que o novo modelo aplicado nas escolas esvazia conteúdos curriculares importantes.

O movimento é nacional, com protestos em 55 cidades, e visa sensibilizar e cobrar do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a revogação do modelo adotado no ano passado, a partir da reforma do ensino médio, aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB), em 2017.

O modelo prevê que o ensino médio seja organizado em duas partes, com 60% da carga horária dos três anos comum a todos os estudantes, com as disciplinas regulares. Os outros 40% são destinados às disciplinas optativas dentro de grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos.

A implementação ocorre de forma escalonada até 2024. Em 2022, ela começou pelo 1º ano do ensino médio com a ampliação da carga horária para, pelo menos, cinco horas diárias. Em 2023, a implementação segue com o 1º e 2º anos e os itinerários devem começar a ser implementados na maior parte das escolas. Em 2024, o ciclo termina, com os três anos do ensino médio.

Críticas

Maria Tereza Serbeto aponta que o Novo Ensino Médio esvazia conteúdos curriculares importantes,e limita as possibilidades de formação crítica do estudante, levando a um ensino tecnicista e frágil.

Além disso, Novo Ensino Médio, na visão da professora, seria parte de um projeto do Governo Temer em fazer concessões aos conglomerados empresariais, neste caso específico, os grandes empresários do ramo educacional.

“Com o início do Governo Lula agora em 2023 havia a esperança que fossem revogadas algumas contrarreformas, todavia o NEM apenas teve seu projeto de implementação continuado com o novo governo, e por isso nossa reivindicação pela revogação imediata”, diz.