OPORTUNIDADE

Projeto na Alego pode destinar 20% de vagas de concursos a candidatos pretos e pardos

O objetivo é criar uma política pública que possibilite maior inserção social dos negros e negras aos órgãos públicos em Goiás

Cotas raciais no Brasil (Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil) UnB reserva vagas para negros desde o vestibular de 2004 Percentual de negros com diploma cresceu quase quatro vezes desde 2000, segundo IBGE

Tramita na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) um projeto de lei que pode estabelecer reserva de 20% de vagas em concursos públicos estaduais a candidatos pretos e pardos. O texto está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e precisa passar por duas votações no plenário.

De autoria do deputado estadual Karlos Cabral (PSB), a matéria determina a reserva sempre que o número de vagas disponíveis for igual ou superior a três. Medida, se aprovada, terá efeito em certames realizados pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O objetivo é criar uma política pública que possibilite maior inserção social dos negros e negras em Goiás.

“Segundo o censo 2010, a população parda e negra em Goiás constitui 56,2% do total. Entretanto, o percentual de servidores negros e negras na Administração Pública Estadual não reflete a composição racial da população de nosso estado”, justifica o parlamentar.

A iniciativa é uma adaptação da Lei Federal nº 12.990/14, que estipula a reserva de vagas para o mesmo público em processos seletivos realizados pela administração pública federal direta e indireta.

O projeto, no entanto, aponta que se houver constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso. Caso já tenha sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.

A reserva de vagas proposta por Cabral terá validade de 10 anos e o texto propõe, ainda, que seja realizada uma avaliação dos resultados após o referido período.

“Espera-se que a proposta constitua avanço significativo na efetivação da igualdade de oportunidades e que os quadros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário passem efetivamente a refletir a diversidade existente na população”, conclui.

O relator é o deputado Talles Barreto (UB).