COLUNA DO JOÃO BOSCO BITTENCOURT

Reajuste de professores em Aparecida pode ser travado após pedido de vistas de vereador do PL

Gestão Vilela garante 6,27% para todos os professores e data base dos administrativos a partir de maio

Plenário da Câmara de Aparecida de Goiânia (foto divulgação)

Apesar da proposta da Prefeitura de Aparecida de Goiânia garantir um reajuste de 6,27% a partir de 1º de maio para todos os professores da rede municipal, a categoria segue em greve. A administração do prefeito Leandro Vilela (MDB) argumenta que todos os docentes receberão acima do piso nacional, e que o município já enfrenta dificuldades financeiras herdadas da gestão anterior.

A proposta enviada à Câmara visa corrigir os vencimentos e elevar o salário-base para R$ 4.867,77. Segundo a Prefeitura, apenas 21 professores ainda ganhavam abaixo do piso, e todos eles passarão a receber acima com o novo percentual, somado à gratificação por Atividade Educacional. Ainda assim, o movimento grevista exige o pagamento retroativo do reajuste desde janeiro.

Na votação do projeto, o vereador Felipe Cortês (PL) pediu vistas com o objetivo de incluir essa retroatividade. A medida pode ter efeito contrário. Como o Legislativo não pode propor mudanças que impliquem aumento de despesa, há risco de o projeto travar e os professores ficarem sem reajuste algum.

Já projeto de Lei do Poder Executivo que aumenta o salário dos servidores administrativos em 5,48%, com base no IPCA acumulado, foi aprovado.

A Prefeitura também entrou com ação na Justiça solicitando que a greve seja declarada ilegal. A decisão está nas mãos da 6ª Câmara Cível do TJ-GO. Em paralelo, Vilela propôs a criação de uma mesa permanente de negociação para discutir eventuais pagamentos retroativos, desde que haja viabilidade orçamentária.

A média salarial dos professores em Aparecida é de R$ 6.500. A Prefeitura afirma que tem priorizado os pagamentos do funcionalismo mesmo diante de um rombo de R$ 500 milhões e cobra o retorno às aulas.