ADMINISTRATIVA

Reforma não extingue funções de auditores municipais de tributos, diz sindicato de Goiânia

"IBS criado pela Emenda Constitucional tem competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e municípios, e não extingue atribuições municipais ou estaduais"

Reforma não extingue funções de auditores municipais de tributos, diz sindicato de Goiânia
Reforma não extingue funções de auditores municipais de tributos, diz sindicato de Goiânia (Foto: Divulgação)

O presidente do Sindicato dos Auditores de Tributos Municipais de Goiânia (Sindiffim), Helder Conrado, rebateu a fala do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator da reforma administrativa. Conforme o parlamentar em entrevista à CNN, tudo será federal e, com a reforma tributária, os municípios não necessitarão mais de auditores municipais de tributos. Ao Mais Goiás, o sindicalista disse, nesta quinta-feira (21), que a afirmação é incorreta.

“O IBS criado pela Emenda Constitucional [reforma tributária] tem competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e municípios, e não extingue atribuições municipais ou estaduais. Pelo contrário, ela amplia responsabilidades, já que atividades antes não tributadas, como certos contratos de aluguel, passarão a ser alcançadas”, afirma.

Ainda conforme Helder, o parlamentar cometeu um equívoco e confundiu o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será compartilhado entre União, Estados e municípios, substituindo ICMS e ISS (e também PIS/Cofins), com a Contribuição sobre Bens e Serviços, que é exclusivamente federal. “É importante esclarecer que o papel dos fiscais do ISS não deixará de existir. O que ocorrerá é uma reorganização de competências com maior necessidade de integração e aumento de demanda fiscalizatória nos municípios”, conclui o presidente do Sindiffim.

Durante a entrevista, na quarta-feira (20), Pedro Paulo utilizou o exemplo do auditor fiscal do ISS para defender a criação do “servidor estatutário temporário”. Segundo ele, com a reforma, “tudo será federal” e os municípios não precisariam mais de auditores.

“Um auditor fiscal do ISS, por exemplo. A Reforma Tributária acabou, praticamente, com toda a responsabilidade nas cidades de ter um grande volume de auditores fiscais para arrecadar ISS, porque agora é tudo federal. Mas temos o período da transição até 2033. Até lá, podemos ter a necessidade de auditores fiscais do ISS e não precisar ter um concurso para que esse auditor fique 70 anos, mas que durante dez anos fique para cumprir uma tarefa”, afirmou na entrevista