Congresso

Relator remarca depoimento em caso que pede cassação de Sérgio Moro

Advogado de senador diz que mais de 1.200 páginas de documentos foram apresentadas fora do prazo pelo Podemos

PF faz operação contra grupo que planejava atacar autoridades; Moro era um dos alvos autoridades do país estavam na mira de facção criminosa
Partido de Bolsonaro vai à Justiça para cassar mandato de Moro no Senado (Foto: Isac Nóbrega - PR)

A defesa do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pediu que os novos documentos apresentados pelo diretório nacional do Podemos e pela Fundação Trabalhista Nacional sejam retirados da ação de investigação judicial eleitoral que tramita contra o ex-juiz da Lava Jato no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná.

A ação pede a cassação do mandato e a realização de novas eleições.

O relator do caso, desembargador D’Artagnan Serpa Sá, ainda vai analisar o pedido, mas, por causa dele, já adiou os depoimentos marcados no bojo do processo, que começariam na tarde desta quarta-feira (25).

As oitivas agora têm início previsto para 29 de novembro. O depoimento de Moro, cujo comparecimento não é obrigatório, foi remarcado para 7 de dezembro.

Os documentos são comprovantes de despesas da pré-campanha eleitoral de Moro, no período em que ficou filiado ao Podemos e ensaiava uma candidatura ao Planalto.

A ação de investigação foi movida pelo PL do Paraná e pela federação formada por PT, PV e PC do B, que pleiteiam a realização de uma nova eleição para senador no estado.

Eles alegam que Moro não registrou gastos com a pré-campanha eleitoral no ano passado e que tais despesas, somadas com os valores da campanha ao Senado, representam abuso de poder econômico. Os partidos também apontam utilização indevida e desmedida dos veículos e meios de comunicação social e indícios de corrupção eleitoral.

A defesa do senador nega as acusações e diz que a ação de investigação tem natureza política.

No bojo da investigação, os diretórios estaduais e nacionais de Podemos e União Brasil, além das fundações ligadas às duas siglas, foram obrigados a apresentar todos os documentos que comprovam pagamentos relacionados ao período de pré-campanha, como notas fiscais.

Nos dias 11, 12 e 28 de setembro, o diretório nacional do Podemos e a Fundação Trabalhista Nacional apresentaram uma série de documentos, em 168 páginas. Depois, alegando “falha técnica”, juntaram mais documentos, em 17 de outubro, em 868 páginas. Por fim, em 23 de outubro, novos documentos, em 334 páginas.