OMISSÃO

Representante da Pfizer diz que Brasil poderia ter recebido 18 mi de doses até o momento

Em depoimento à CPI da Covid, o representante da Pfizer, Carlos Murillo, disse que, se…

Representante da Pfizer diz que Brasil poderia ter recebido 18 mi de doses até o momento
Representante da Pfizer diz que Brasil poderia ter recebido 18 mi de doses até o momento (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em depoimento à CPI da Covid, o representante da Pfizer, Carlos Murillo, disse que, se o contrato tivesse sido assinado em agosto de 2020, o Brasil poderia ter recebido 18,5 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus até o segundo trimestre de 2021. Dessa quantidade, 1,5 milhão teria sido entregue já em 2020.

Carlos esmiuçou a quantia que foi ofertada ao governo brasileiro. Além dos 1,5 milhão em 2020, foram 3 milhões no primeiro trimestre de 2021 e 14 milhões de doses no segundo semestre.

Além disso, Carlos disse que os primeiros contatos com os representantes do Brasil aconteceu entre maio e junho do ano passado. “Foram reuniões iniciais e exploratórias. Como resultados, no mês de julho, fornecemos uma expressão de interesse, em que resumimos as condições do processo que a Pfizer estava realizando em todos os países no mundo”.

Os contatos da farmacêutica se dirigiam ao Ministério da Economia, a Secretaria de Comunicação e a senadores e deputados. O gerente-geral da Pfizer até cita o presidente da Câmara, Arthur Lira, entre os contatados. “A negociação em si foi com o Ministério da Saúde, mas também tivemos contato com outras agências governamentais”, afirmou.

Carlos reforça que, após essas datas, outros contatos foram feitos. “Tivemos outras reuniões no mês de agosto. Em 6 de agosto, o ministério manifestou interesse. Em 14 de agosto, oferecemos nossa primeira oferta – de 30 milhões de doses e de 70 milhões de doses. O cronograma de entrega era o final de 2020 e inicio de 2021.”

O representante disse que a Pfizer enviou uma carta a Bolsonaro em 12 de setembro para cobrar um posicionamento sobre a venda dos imunizantes. Além dele, o documento estava endereçado ao vice-presidente Hamilton Mourão, o então ministro da Casa Civil, general Braga Netto, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster. Essa seria a carta citada por Wanjtargen que ficou dois meses sem reposta.

“Nossa oferta de agosto tinha uma validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo nem aceitou, nem rejeitou a oferta. […] Não tivemos resposta positiva, nem negativa”, disse Carlos.

Contrato firmado

A compra de vacinas da Pfizer ocorreu apenas em março deste ano, com a aquisição de 100 milhões de doses. A oferta aconteceu no último mês de fevereiro. “As propostas foram todas formalizadas através de documentos enviados ao Ministério da Saúde”.

E completou: “O momento que eu estive confiante da assinatura de contrato foi em 19 de março deste ano [quando foi fechado o contrato]. Não podemos estar confiantes de fechamento de acordo até ter o acordo firmado”.